OBJETIVO: |
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Caro aluno, ao término deste capítulo, você terá compreendido as normas e o gerenciamento de riscos aplicáveis a qualquer modalidade de empresa ou projeto. Um gerenciamento eficaz de riscos envolve a identificação, a análise e o tratamento do risco que circunda uma situação, ambiente ou projeto. Contudo, o profissional de gerenciamento de riscos deve ter o conhecimento das normas que se referem a esse tipo de gestão, pois, muitas vezes, requer habilidades de antecipação de situações. |
Em um ambiente organizacional, o risco é considerado uma incerteza cuja ocorrência pode gerar impactos positivos, sendo possível o aproveitamento de novas oportunidades, ou negativos, que devem ser corrigidos, mas que servem de aprendizado para todos os envolvidos na situação. Continuemos os nossos estudos sobre a gestão de riscos! Fique conosco! Avante!
Para o gerenciamento de riscos nos projetos e ambientes organizacionais, o gestor deve conhecer os principais conceitos que circundam as normas de riscos, pois um dos grandes objetivos desse tipo de gestão é aumentar a probabilidade de eventos positivos e diminuir o impacto e as probabilidades de efeitos negativos, reduzindo as incertezas em um cenário de gestão e aumentando a qualidade das decisões pelos gestores.
A incerteza, na gestão de riscos, remete a erros e pode até mesmo ocasionar acidentes nos ambientes sociais e de trabalho. Desse modo, quanto maiores e confiáveis forem os dados disponíveis para o gerenciamento de riscos, maiores serão as certezas em situações que envolvem pessoas, processos e produtos. A previsibilidade de dados e fatos contribui significativamente para o sucesso do gerenciamento de riscos. O estudo da probabilidade e dos impactos positivos e negativos são fatores muito utilizados para a gestão de riscos, a qual faz uso, inclusive, de estudos matemáticos de probabilidade para a sua mensuração.
IMPORTANTE: |
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Em uma organização, os riscos podem, ou não, ocorrer, ou seja, são prováveis |
A figura a seguir remete a um dos principais objetivos da gestão de riscos, que é o de aumentar os efeitos positivos dos riscos e diminuir, ou até mesmo extinguir, os efeitos de riscos negativos em um projeto ou situação organizacional.
Figura 1 – Objetivos da gestão de risco
Fonte: Elaborado pela autora.
IMPORTANTE: |
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Um gerenciamento eficaz de riscos envolve a previsibilidade de dados e fatos |
Os principais conceitos que um gestor deve conhecer para o gerenciamento eficaz de riscos são:
•Riscos são probabilidades de perigo, geralmente, com ameaça física, para o homem e/ou meio ambiente (HOUAISS; VILLAR, 2009).
•Ameaças ocorrem quando os riscos causam impactos negativos em um projeto e oportunidades surgem quando causam impactos positivos (adaptado de PMI, 2007).
•Fatores de risco são os elementos que permitem estudar e priorizar os riscos, prevendo em que momento do projeto o risco acontece (adaptado de PMI, 2007).
•Apetite é considerado uma resposta para a gestão de riscos. O apetite se refere ao grau de incerteza de risco que uma organização está disposta a correr. Além disso, representa o perfil da organização com os riscos, ou seja, se ela tem um perfil mais agressivo, conservador ou inovador. O apetite organizacional está, também, relacionado com as recompensas potenciais (adaptado de PMI).
•Tolerância também é considerada uma resposta à gestão de riscos. Ela abrange as áreas de risco consideradas aceitáveis ou inaceitáveis e possui um enfoque mais tático (adaptado de PMI).
•Limite de riscos define a tolerância aceitável aos riscos (adaptado de PMI).
IMPORTANTE: |
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O risco negativo pode significar um problema para a organização. |
Em relação aos riscos gerais do projeto, eles envolvem o estudo dos riscos individuais, inerentes a cada situação, os quais devem ser analisados um a um e podem ser mapeados e acrescidos dos riscos desconhecidos, que envolvem as incertezas, fatos e dados não conhecidos, não mapeados, improváveis ou não identificáveis.
A figura a seguir remete aos riscos gerais do projeto, que é a soma dos riscos individuais aos riscos desconhecidos:
Figura 2 - Riscos gerais do projeto
Fonte: PMI, 2007 (Adaptado).
Na gestão de riscos, o profissional deve prosseguir metodologicamente com as seguintes fases: identificar, analisar e tratar os riscos.
Método é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência ou para alcançar determinado fim. (GALLIANO 1979, p. 6)
Já na fase de identificação o profissional, deve levantar todos os fatores que afetam o projeto, se possível, documentando-os para a gestão dos riscos. Nessa fase, é possível definir o perfil dos riscos.
As pessoas responsáveis por conduzir estas tarefas são chamadas de administradores ou gestores, que vem do ato de coordenar os recursos organizacionais no sentido de obter eficiência e eficácia, bem como o alto grau de satisfação entres as pessoas que fazem o trabalho e o cliente que o recebe. (CHIAVENATO, 1999, p. 40)
Na fase de análise, é possível caracterizar e mensurar a relevância dos riscos de modo qualitativo e quantitativo (estudo aprofundado das probabilidades numéricas dos riscos). Com base nos estudos quantitativos e qualitativos, é possível definir as respostas mais precisamente para os riscos, estipulando se eles se classificam como baixos, médios ou altos.
IMPORTANTE: |
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A análise quantitativa dos riscos envolve um estudo numérico mais aprofundado, permitindo, inclusive, análises quanto ao custo x benefício. |
“A abordagem qualitativa nos dá uma primeira dimensão do peso dos riscos. Podemos classificar as variáveis de probabilidade e impacto em escalas ordinais, variando, por exemplo, de muito baixo até muito alto” (SALLES JÚNIOR et al., 2006, p 60). O quadro a seguir expõe uma ferramenta de classificação e tratamento de riscos:
Quadro 1 - Mensuração dos riscos
Fonte: Salles Júnior et al., 2006 (Adaptado).
Portanto, a gestão de riscos envolve a identificação, tratamento e análise dos riscos:
Figura 3 – Gestão de riscos
Fonte: Elaborado pela autora.
IMPORTANTE: |
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O risco também pode ser entendido como a possibilidade de um fato sair diferente do esperado. |
Um gestor de riscos deve sempre estar disposto a questionar e a monitorar constantemente o ambiente, aprimorando as técnicas e as boas práticas aplicadas. Ferreira e Ogliari (2005) questionam os riscos da seguinte forma:
•Quais são os riscos que a organização ou projeto estão expostos?
•Qual é a probabilidade de o risco ocorrer?
•Quais serão os impactos se o risco ocorrer?
•Como os riscos podem ser tratados?
•Como os riscos podem ser evitados?
Ferreira e Ogliari (2005) também asseveram que, para o desenvolvimento e a apresentação de um projeto formal de riscos, o gestor poderá prosseguir com os seguintes passos:
•Identificação do problema que gera o risco.
• Definição e diferenciação do(s) risco(s).
• Levantamento de hipóteses que causam os riscos.
•Coleta, sistematização e classificação dos dados inerentes aos riscos.
• Análise e interpretação dos dados disponíveis.
• Relatório do resultado da pesquisa.
A figura a seguir expõe os passos necessários para um projeto de gerenciamento de riscos:
Figura 4 – Projeto de riscos
Fonte: PMI, 2007 (Adaptado).
As pesquisas para o projeto de riscos partem de um tipo específico de problema que gera o risco por meio de uma ou várias interrogações. Assim, a pesquisa responde às necessidades de conhecimento de certo problema ou fenômeno. Várias hipóteses são levantadas e a pesquisa pode invalidá-las ou confirmá-las.
Além disso, toda pesquisa de gerenciamento deve se basear em uma teoria que serve de ponto de partida para uma investigação bem-sucedida de um problema. A teoria é um instrumento da ciência utilizada para conceituar os tipos de dados a serem analisados. Para ser válida, a teoria deve se referenciar em fatos observados e provados, resultantes da pesquisa. Portanto, as diversas possibilidades de coleta de dados são de fundamental importância para o desenvolvimento e posterior justificativa da pesquisa realizada, os quais levarão as respostas aos riscos na tomada de decisões pelo gestor.
Uma variedade de procedimentos de coleta de dados pode ser utilizada, como entrevista, observação participante, análise de conteúdo, entre outros, para estudo relativamente intensivo de um pequeno nu mero de unidades, mas geralmente sem o emprego de técnicas probabilísticas de amostragem. (MARCONI; LAKATOS, 2002, p. 30)
IMPORTANTE: |
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A ciência pode ser entendida como o conhecimento adquirido a partir de um método de pesquisa. |
As decisões, porém, dependem das escolhas feitas, a fim de se alcançar os propósitos. Assim, a eficiência do processo de tomada de decisão é medida pelo resultado que se obteve e se houve, ou não, o alcance dos objetivos esperados com o projeto de riscos. Essa é uma atividade fundamental para as organizações, pois influencia diretamente os resultados no tratamento de riscos e, portanto, precisa ser bem compreendida e estudada.
Segundo Chiavenato (1999, p. 283),
a decisão ocorre sempre que existem duas ou mais alternativas ou formas diferentes de se fazer algo. Quando existe somente uma maneira para se resolver algum problema ou situação, não existe a necessidade de tomar decisão, partindo do princípio que as decisões envolvem escolhas.
Além disso:
A vida de qualquer administrador é uma sucessão de incontáveis decisões. Algumas, talvez a maioria, são tão rotineiras que exigem pouco esforço do pensamento. São decorrentes de respostas a problemas lógicos. Outras, entretanto, exige um certo tipo de sensibilidade especial, uma forma diferente de desenvolver o pensamento. Estas são as decisões estratégicas – são as que lidam com novas direções, mudança, visão de mundo, vencer a competição, e até, em muitos casos, lucrar. (COSTA NETO, 2007, p. 40)
Com base em um projeto de gerenciamento claro e preciso, fruto de pesquisas aplicadas, o gestor partirá para a tomada de decisão, a fim de solucionar os problemas inerentes aos riscos existentes. O PMI (2007) defende a necessidade de desenvolvimento de relatórios para o processo decisório das organizações, os quais podem seguir os seguintes passos:
•Confirmação do problema que gerou o risco.
•Confirmação do envolvimento das partes que geram o risco.
•Elaboração técnica de um modelo de solução.
•Testagem e simulação do modelo de solução.
•Estabelecimento de controles e limites do modelo.
•Implementação do modelo na organização.
O PMI (2007, p. 264) também explana que:
Monitoramento e controle de riscos (Seção 4.4) é o processo de identificação, análise e planejamento dos riscos recém-surgidos, acompanhamento dos riscos identificados e dos que estão na lista de observação, reanálise dos riscos existentes, monitoramento das condições de acionamento de planos de contingência, monitoramento dos riscos residuais e revisão da execução de respostas a riscos enquanto avalia sua eficácia.
Não só, mas “os relatórios de desempenho fornecem informações sobre o desempenho do trabalho do projeto, como uma análise que pode influenciar os processos de gerenciamento de riscos” (PMI, 2007 p 265).
IMPORTANTE: |
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A árvore de decisão é um modelo de ferramenta para o processo decisório utilizada em processos em que há riscos e vários rumos a serem seguidos. Essa ferramenta trabalha com o estudo matemático das probabilidades. |
Com a crescente demanda por informações que levem ao gerenciamento eficaz dos riscos, objetivos devem ser traçados e normas devem ser implementadas pelos gestores. Quanto maior for o conhecimento sobre o ambiente e mais proativas forem as ações, os impactos na materialização dos riscos serão minimizados.
RESUMINDO: |
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Vamos recapitular o que estudamos neste capítulo? Foram abordados os objetivos e as normas que circundam o gerenciamento de riscos, bem como os efeitos positivos, nas oportunidades que podem ser geradas, e os efeitos negativos dos riscos, o que deixa a cargo do gestor ou administrador equilibrar a equação. Um risco sempre gera expectativas e haverá a possibilidade de que determinada situação melhore ou piore, dependendo das ações tomadas. Além disso, grandes são os desafios para um eficaz gerenciamento de risco desde a fase de identificação e formulação de projetos até a tomada de decisões, as quais necessitam de informações claras e precisas. |
OBJETIVO: |
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Caro(a) aluno(a), você sabia que, com uma gestão eficaz dos riscos, é possível que ações sejam tomadas para minimizar as suas consequências negativas? Isso mesmo! Na prática das organizações empresariais, os gestores procuram desenvolver mecanismos de proteção para os riscos, principalmente quando eles podem impactar negativamente em qualquer que seja o cenário de serviços ou produção. |
De forma geral, tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas estão preocupadas com os impactos dos riscos negativos, pois, com os riscos positivos, há sempre a possibilidade de ganhos e oportunidades. Diante disso, dentro da estrutura organizacional, o profissional responsável pelo gerenciamento de riscos será o responsável pela identificação, análise, comunicação e monitoramento dos riscos existentes. Cabe a ele, sobretudo, a criação de planos de ação passíveis de respostas aos fatores que ocasionam problemas nas organizações.
Curioso(a) para aprender um pouco mais sobre a gestão de riscos, sua estrutura e responsabilidades?! Fique conosco!
Apesar da significativa importância das suas ações, a gestão profissional de riscos ainda é pouco explorada por muitas organizações, principalmente as instituições do setor público. O tema é de tamanha relevância que, a partir da Instrução Normativa nº 01, de 2016, elaborada pelo Ministério Público e CGU, foi instituído que todos os órgãos e entidades públicas deverão implementar políticas de gestão de riscos. O objetivo dessa normativa é o de elevar o grau de maturidade e qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos no que se refere aos riscos. As disposições gerais dessa normativa dispõem, entre outras considerações, as seguintes cláusulas:
A realização de auditorias internas; implementação de ferramentas de gestão de controle interno; a construção de matriz de riscos; mensuração de riscos; mecanismos de combate à fraude e a violência; clareza nos objetivos que possibilitem a gestão de riscos; assegurar a ética e princípios morais.
IMPORTANTE: |
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Os riscos podem ser considerados tudo aquilo que impede uma organização de atingir as suas metas e objetivos. |
Outro grande objetivo da instrução normativa é o de que a cultura de gestão de risco seja implementada em todas as instituições públicas, em um processo contínuo de monitoramento e governança, para a melhoria operacional dos serviços públicos.
NOTA: |
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SGU significa Controladoria Geral da União, órgão de natureza federal, responsável pelo zelo ao patrimônio público e de ações constantes no combate à fraude e à corrupção |
A figura a seguir apresenta a implementação de normas para o gerenciamento de riscos:
Figura 5 – Implementação de normas
Fonte: @pixabay
Nas organizações públicas e privadas, cabe aos responsáveis pelo gerenciamento de riscos antecipar situações que venham a gerar problemas, programando e preparando respostas para a resolução. A expectativa é que as situações adversas sejam mapeadas para que a organização possa definir o quanto de risco ela pode assumir sem prejudicar as operações fundamentais de produtos, processos e serviços.
Exemplo: um município obtém recursos públicos para a construção de um hospital. Nesse sentido, cabe ao gestor mapear todos os riscos existentes, desde o atraso da obra até a compra de materiais, equipamentos e contratação de mão de obra especializada.
O apetite de risco se refere à quantidade de riscos que uma empresa está disposta a correr na busca pela sua missão e visão para agregar valor aos produtos e serviços prestados. O apetite de risco direcionará as ferramentas de gestão que deverão ser usadas para cada situação, como uma matriz de riscos, quando eles são contínuos e circundam toda a organização. A matriz, por sua vez, seleciona as prioridades dos riscos que devem ser resolvidas, apresentando-as graficamente por ordem matemática. Além disso, a matriz de risco pode ser elaborada em forma de tabela, alocando as probabilidades e impactos dos riscos.
A figura a seguir representa a importância do mapeamento de riscos pelos gestores:
Figura 6 – Mapeamento de riscos
Fonte: @pixabay
Uma matriz de riscos é considerada uma ferramenta de auxílio para o sistema de gerenciamento de riscos. Com ela, é possível identificar, expor, materializar e dar respostas aos riscos. Quando os riscos são mapeados, é possível, por exemplo, estimar os custos com o gerenciamento de riscos e quantificar as probabilidades de impacto, para que se possa prosseguir com planos de ação. Afinal, muitos riscos se tornam fatos onerosos nas organizações, principalmente quando são recorrentes devido ao fato de muitas atitudes não serem colocadas em prática a tempo.
Portanto, é possível afirmar que a gestão de riscos é uma ferramenta de processo decisório. Quando uma organização, por exemplo, iniciará suas operações, há sempre riscos de o negócio não dar certo, de o produto não ser absorvido no mercado, de os custos operacionais serem elevados etc. No aspecto financeiro, os riscos podem significar ganhos de dinheiro, pois, quanto maiores forem os riscos de investimentos, maiores são as chances de retorno para os investidores.
IMPORTANTE: |
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Com a gestão de riscos, a organização poderá definir até que ponto ela está disposta a se arriscar. |
Segundo o PMI (2007), as ações preventivas recomendadas nas organizações em relação à gestão de riscos são a base para:
•Evitar fraudes.
•Ajudar as organizações a alcançarem sua missão e visão.
•Atingir os objetivos.
•Diminuir as incertezas.
•Diminuir os impactos dos riscos.
Dessa forma, as “ações preventivas recomendadas são usadas para assegurar a conformidade do projeto com o plano de gerenciamento do projeto” (PMI, 2007, p. 265).
O Commitee of Sponsoring Organizations of the Tradeway Commision (COSO), em português, Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros, é uma organização sem fins lucrativos que desenvolveu um livro com instruções de melhores práticas de controle interno. Foi criado em 1985, nos Estados Unidos, por várias instituições que objetivam ajudar as empresas a trabalharem em conformidade com a legislação. Esse modelo de gestão trabalha no formato de cubo, identificando todos os riscos da organização.
A figura a seguir representa o COSO, instrumento de gestão para o gerenciamento de riscos:
Figura 7 - Cubo
Fonte: @pixabay
O COSO é mundialmente conhecido no que se refere à governança e à gestão de riscos corporativos. Ele possui princípios para a gestão de riscos, os quais são distribuídos no ambiente de controle e avaliação de riscos, nas atividades de controle, nas informações e comunicação, nas atividades de monitoramento, no compromisso da alta direção, responsabilidades etc. É considerada uma das melhores práticas a serem aplicadas na gestão de riscos, minimizando falhas, perdas e incertezas no ambiente organizacional.
IMPORTANTE: |
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Diariamente, de alguma forma, todos nós fazemos gestão de riscos desde o momento em que acordamos, pois podemos perder o horário e nos atrasar para compromissos de suma importância. |
Exemplo: imagine que você realizou uma operação financeira ao investir dinheiro em renda variável e o resultado do risco foi favorável no rendimento de montantes significativos de juros. Nesse caso, os efeitos dos riscos foram positivos, ou seja, favoráveis.
Do ponto de vista organizacional, antigamente, tínhamos a noção de que o risco é algo intencional. Hoje, entende-se que o risco é um fator constante, até mesmo latente, e faz parte de inúmeras situações do cotidiano tanto de pessoas físicas quanto de jurídicas. Acreditava-se, também, que a fonte primária dos riscos eram as pessoas, porém a administração moderna observa que os processos são as maiores fontes geradoras dos riscos.
A figura a seguir expõe a disposição de um risco que pode estar em qualquer lugar e ser gerado principalmente por processos:
Figura 8 – Risco
Fonte: @pixabay
Os riscos podem estar em qualquer lugar e podem abranger aspectos legais de um processo, financeiros, no ganho ou perda de dinheiro, de bens materiais e da própria estrutura física de uma organização social ou empresarial. Um gestor de riscos, acima de tudo, deverá estar disposto a estudar, atualizando-se constantemente quanto às mudanças que podem ocorrer na geração dos riscos que o circundam.
Uma das grandes missões do gestor de riscos é trabalhar para mitigar os riscos, diminuindo os impactos se ele se realizar, mas não poderá garantir a inexistência de falhas. O mercado de seguros é um exemplo promissor de oportunidades em prol da gestão de riscos. Grande parte da sociedade contrata seguros dos diversos segmentos: vida, automóvel, empresarial, residencial, saúde, responsabilidade civil, entre outros, para minimizar os impactos materiais e financeiros dos riscos que venham a ocorrer.
Presença dos riscos
Fonte: Gemmer, 1997 (Adaptado).
Além dos desafios para minimizar ou até mesmo impedir que os riscos aconteçam, o gestor pode enfrentar outros desafios, tais como não possuir recursos financeiros para gerenciar os riscos, tampouco para implementar planos de ação para a sua resolução.
Exemplo: uma residência afetada materialmente por um vendaval precisa de recursos financeiros para colocar em prática o plano de ação de consertos e trocas.
Os riscos precisam ser constantemente gerenciados e, se possível, devem ser desenvolvidos indicadores para eles, para que haja uma visão técnica quantitativa da gravidade dos problemas. Dessa forma, a proatividade dos gestores quanto às ações ocorrerá de forma mais ágil.
IMPORTANTE: |
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As mudanças na estrutura física e de pessoas, nas organizações, podem gerar riscos. |
Os indicadores serão eficazes, também, para o monitoramento da evolução ou do decréscimo de riscos por setores ou situações. Com os indicadores, será possível obter maior agilidade no processo de comunicação dos problemas, pois, quanto mais eficiente for a comunicação, maior será o grau de maturidade da organização com os riscos, evitando-os ou até mesmo resolvendo-os.
A figura a seguir remete à relação da comunicação dos riscos com o grau de maturidade da organização:
Figura 9 – Riscos x gestão
Fonte: Elaborado pela autora.
Do ponto de vista da gestão, o conceito de riscos vem sofrendo mudanças, ao se tornar uma visão mais assertiva e positiva quanto às ações e oportunidades que podem ser geradas principalmente sob as situações que não podem ser evitadas, apenas administradas.
Quadro 2 – Conceitos de riscos
Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).
Uma estrutura organizacional moderna de gerenciamento de riscos, nas empresas, mensurará e trabalhará em prol dos riscos, mas também das oportunidades que podem ser geradas frente a situações inoportunas e de novos negócios, parcerias e inovações que podem nascer de situações de riscos. O grande desafio de gestão é o de transformar pontos fracos em fortes e ameaças em oportunidades.
Cabe, dessa forma, aos responsáveis pela estrutura organizacional das empresas, por meio das diretorias e conselhos, fomentar a preservação e criação de valor junto aos colaboradores, fazendo com que a organização administre os riscos existentes, tornando-os razoáveis e compatíveis à capacidade de gestão de controle, cumprindo com os objetivos da organização.
O registro do nome da pessoa responsável pela identificação do fator de risco é outro aspecto importante do ponto de vista gerencial. Não é incomum que a pessoa designada para ser responsável pelo fator de risco tenha que recorrer, inicialmente a este indivíduo para discutir aspectos dos mais diversos relativos à incerteza que dá origem ao risco, à sua descrição, ao impacto que sua concretização teria sobre o projeto etc. (ALENCAR; SCHMITZ, 2005, p. 40)
A figura a seguir representa a matriz organizacional de responsabilidades para o fomento da gestão de riscos nas empresas:
Figura 10 – Responsabilidades da gestão de riscos
Fonte: PMI, 2007 (Adaptado).
“O proprietário das respostas a riscos relata periodicamente ao gerente de projetos a eficácia do plano, quaisquer efeitos não esperados e correções durante o andamento, necessários para o tratamento adequado do risco” (PMI, 2007, p. 264).
Cabe, a alta direção da organização, definir quem serão os responsáveis e em quais setores estão para o gerenciamento de riscos, a fim de que haja a implementação de políticas para a efetiva gestão de riscos.
O controle interno da organização, quanto ao gerenciamento de riscos, balizará o grau de maturidade, controle e gestão das situações indesejáveis e problemáticas. Com o controle interno, será possível diminuir e até mesmo evitar que os riscos aconteçam, aumentando, consequentemente, a transparência, a confiabilidade das operações e o cumprimento das leis e regulamentos vigentes até mesmo das demonstrações administrativas, contábeis e financeiras. Fica a cargo dos gestores, portanto, desenvolver mecanismos, de forma a ter, em mãos e em tempo, as informações necessárias para a tomada de decisões.
O conhecimento pode ser definido como uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insignt experimentado, a qual proporciona uma estrutura para avaliação e incorporação de novas experiências e informações. (DAVENPORT; PRUSAK, 1999, p. 6)
Atualmente, é bastante comum que as empresas utilizem planilhas, mas, principalmente, softwares para o monitoramento, controle e gestão dos ricos. Isso se deve, pois, quanto maior for o controle, mais efetivo será o gerenciamento.
RESUMINDO: |
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Neste capítulo, estudamos a estrutura e as responsabilidades da gestão de riscos que devem estar presentes em estruturas físicas e jurídicas, bem como nas organizações públicas, sob orientação de normativa legal. As ações para minimizar, resolver e até mesmo evitar que os riscos aconteçam cabem à alta direção, que delegará, aos responsáveis pelas demais áreas de conhecimento empresarial, a responsabilidade na tomada de decisões quanto aos riscos existentes naquele local. Além disso, quanto maior for o grau de gerenciamento de riscos, maior será a confiabilidade da organização, pois os riscos podem estar presentes em qualquer lugar ou situação. A visão dos gestores quanto aos riscos está mudando e cabe a eles a responsabilidade de estudos contínuos para a melhoria das ações a serem implementadas, uma vez que os riscos remetem a insegurança. |
OBJETIVO: |
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Caro(a) aluno(a), risco é tudo aquilo que pode causar uma situação de desconforto. Pode ser entendido como perigo, acidente, perda e entre outros sinônimos que, na maioria das situações, remetem a consequências negativas, ainda que, no ambiente organizacional, possa haver ganhos de competitividade e inovação com o risco.. |
De forma geral, a tarefa pelo gerenciamento de riscos não é nada fácil, pois sempre haverá consequências. Administrar as causas dos riscos, mitigando ou até mesmo evitando-o, é passível, desde que haja estudos e responsabilidades dos agentes que circundam o ambiente, pois há riscos previsíveis, mas outros nunca serão descobertos. Os riscos podem estar presentes nos ambientes pessoais, materiais, estruturais, legais e administrativos. Neste capítulo, estudaremos as principais causas e consequências dos riscos que causam danos à saúde do homem.
Preparado(a) embarcar em mais uma viagem rumo ao conhecimento? Continue conosco! Vamos lá!
Toda vez que um risco se concretiza em forma de acidente, perdas ou danos, há uma causa atrelada a ele, a qual deve ser estudada. Caso contrário, a reincidência de problemas poderá ser recorrente nos ambientes. Podemos entender que a causa é o agente transformador do risco advindo de uma situação insegura que impulsionou a materialização. As principais causas que circundam os diversos riscos existentes se classificam em pessoais, materiais e administrativas.
Jornadas de trabalho excessivas, cansaço físico e mental, estresse, desatenção, distração, esforço e trabalho repetitivo, falta de manutenção de máquinas e equipamentos, manuseio incorreto de cargas e produtos perigosos, falta de organização e limpeza dos ambientes, velocidade inadequada de máquinas e veículos e até mesmo dificuldade nas relações interpessoais podem ser causas de riscos que geram acidentes. Dessa forma, podemos afirmar que, sem a causa, não há risco e vice e versa, cabendo ao gestor também estudar as causas.
A figura a seguir ilustra as principais causas dos riscos, as quais podem estar atreladas às pessoas, aos materiais e aos processos diversos, entre eles, os administrativos:
Figura 11 – Causas dos riscos
Fonte: PMI, 2007 (Adaptado).
IMPORTANTE: |
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Toda vez que o risco se concretiza, há um impacto. |
Já a figura a seguir representa a relação direta entre causa e risco:
Figura 12 – Causa e risco
Fonte: Elaborado pela autora.
Uma vez identificados os riscos, eles devem ser, preferencialmente, eliminados, ainda que a melhor forma de gerenciamento esteja na prevenção, pois somente dessa forma haverá maior garantia da preservação da saúde e da vida. Os riscos podem estar presentes de diversas formas, espalhados nos diversos contextos, desde a falha na concepção de projetos, a manutenção de máquinas, equipamentos, ferramentas, veículos e espaços físicos, inadequação de cores e luminosidade, armazenamento inadequado de matérias-primas, presença de animais, peçonhentos, selvagens, na existência de fungos, vírus, bactérias, entre outros.
Portanto, a “prevenção é uma ação de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de medidas tomadas no licenciamento e em todas as fases de atividade do estabelecimento ou do serviço” (FESTI, 2003, p. 39).
Exemplo: se chover, haverá riscos de atraso na entrega para o meu projeto de edificações?.
O quadro a seguir expõe a relação de riscos e de causas nos âmbitos materiais, pessoais e administrativos:
Quadro 3 – Riscos e causas
Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).
IMPORTANTE: |
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Após a ocorrência de um acidente, a condição insegura se torna a causa. |
Qualquer ato inseguro ou inconsequente realizado no aspecto pessoal ou organizacional pode ocasionar a exposição de pessoas e situações, o que gera riscos. Os atos inseguros se classificam em: pessoas físicas e pessoas jurídicas nos atos administrativos. É importante ressaltar que as condições inseguras são os meios que favorecem os riscos, podendo se materializar em acidentes, perdas ou danos. Para todo ato inseguro, há uma condição equivalente.
Exemplo: ato inseguro: não usar equipamentos de proteção e segurança. Ato administrativo inseguro: não realizar treinamento para o uso de EPI’s]
O quadro a seguir apresenta as diferenças entre atos e condições inseguras:
Quadro 4 – Atos e condições inseguras
Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).
A figura a seguir representa os atos e as condições inseguras que geram riscos e podem provocar acidentes:
Figura 13 – Ato e condição insegura
Fonte: @pixabay
Pode-se afirmar que são infinitas as consequências dos riscos, principalmente quando eles causam acidentes pessoais. Para fins trabalhistas, qualquer tipo de acidente que envolva as atividades de trabalho deverá ser atendido prontamente pela empresa contratante e coberto pela previdência social, desde que haja vínculo formal com o INSS.
Entende-se, portanto, que o tratamento, pelo empregador, das consequências dos riscos, no ambiente empresarial, é uma obrigação, tendo em vista que um trabalhador acidentado pode ter perdas físicas permanentes, parciais ou temporárias e até mesmo irreparáveis. Outra grande consequência dos acidentes é que as empresas terão perdas de produtividade e falta de mão de obra. Além disso, a família do trabalhador terá perdas psíquicas causadas pela doença/acidente e financeiras na redução de ganhos monetários. A sociedade, como um todo, manterá, por meio de seus impostos, um trabalhador inválido e dependente.
Diariamente, os riscos podem estar em substâncias químicas, físicas e biológicas presentes em matérias-primas diversas utilizadas na indústria e em diversos outros materiais e ambientes, os quais podem causar danos temporários e até permanentes para a saúde humana. Assim, quanto maior for o tempo de exposição aos agentes de risco, maiores são as possibilidades de danos e acidentes. Algumas substâncias químicas são mais tóxicas do que outras e, desse modo, a concentração do contaminante no ambiente, por exemplo, e a forma como um trabalhador pode se contaminar são objetos de estudo do gerenciamento de riscos.
A forma de gerenciamento de riscos nas organizações evoluiu ao longo dos anos e pode, também, ser reconhecida como gerenciamento de riscos corporativos. Essa área de estudos da gestão faz parte de toda uma estrutura empresarial que visa trabalhar em prol da saúde das pessoas, incorporando métodos que diminuam, tratem ou até mesmo evitem os riscos, trazendo benefícios para os negócios no cumprimento da missão e objetivos organizacionais.
Todavia, quando um projeto é idealizado, escrito ou desenhado, o gestor deve avaliar quais são as possibilidades de riscos pertinentes ao escopo que devem ser consideradas pertinentes, tais como: intempéries climáticas, taxas de juros, oscilações do dólar etc. O importante é que os riscos relevantes sejam bem especificados em um projeto: acima de tudo, um risco não pode ser tratado de forma genérica, não específica.
Exemplo: qual é a probabilidade de as oscilações econômicas impactarem no meu projeto?.
IMPORTANTE: |
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O primeiro passo para a gestão de riscos é fazer a identificação correta dos problemas. |
Cabe, ao gerente de riscos, interagir com áreas importantes das empresas, tais como a de gestão de pessoas, em prol dos objetivos organizacionais e prezando pela responsabilidade social e ambiental. Isso se deve, pois uma empresa que não administra seus riscos expõe a saúde das pessoas e fere o meio ambiente.
Chiavenato (2009, p. 59) assevera que:
O RH deve estar sempre motivando os colaborados, com o objetivo de que eles permaneçam na empresa e fazendo com tenham um maior desempenho em suas atividades e assim alcancem objetivos individuais e organizacionais.
A figura a seguir representa as áreas atreladas à gerência de riscos:
Figura 14 – Gerência de riscos
Fonte: PMI, 2007 (Adaptado).
IMPORTANTE: |
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Se há absoluta certeza de que risco acontecerá, ele se torna uma restrição. |
Do ponto de vista da área de RH, a saúde e segurança das pessoas constituem uma das principais bases para a preservação da força de trabalho adequada. De modo genérico, Higiene e Segurança do Trabalho constituem duas atividades intimamente relacionadas no sentido de garantir condições pessoais e materiais de trabalho capazes de manter o certo nível de saúde de empregados. Segundo o conceito emitido pela Organização Mundial de Saúde, a saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social e que não consiste somente na ausência de doença ou de enfermidade. (CHIAVENATO, 2009, p. 334)
As ações traçadas nos planos de ação e administradas nas organizações para reduzir os riscos dependem dos estudos voltados à segurança, na prevenção de acidentes e demais problemas que venham a ocorrer.
IMPORTANTE: |
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Risco é uma incerteza quantificada. |
Os gestores de riscos, com apoio dos Recursos Humanos, devem prezar pelo bem-estar físico e mental dos colaboradores, em consonância com a missão e cumprimento dos objetivos das empresas de forma satisfatória.
É importante conduzir os empregados para trabalhar de forma correta, devendo-se explicar sobre as instruções necessárias sobre como lidar com as máquinas, equipamentos, materiais e produtos que quando são utilizados de forma errada podem causar acidentes graves. Quando a empresa tem a consciência em deixar seus empregados atentos e conscientes sobre as formas corretas de se trabalhar, isso se torna um ponto positivo já que irá evitar gastos em repor novos funcionários por funcionários afastados por acidente de trabalho. (ARAÚJO; GARCIA, 2009 apud CASAROTTO; LIMA; ALCANTARA, 2016, [s.p.])
O ideal é que o gestor de riscos, em consonância com os recursos humanos, chegue à natureza do problema, a qual se classifica em um modelo adaptado do PMI em constantes, variáveis e progressivas.
•Constantes: com características de identificação inalteráveis. Nessa classificação, há facilidade em identificar os riscos que podem estar presentes em máquinas, equipamentos e demais elementos que se encontrem fixos ao ambiente, como: serras, bombas, motores, válvulas, braços mecânicos etc.
•Variáveis: possuem alterações consideráveis por influência de agentes externos, tais como a influência humana, climática ou até mesmo das estações do ano, incêndios, inundações, vendavais, acidentes de trânsito etc.
•Progressivas: possuem maiores possibilidades de riscos com o passar do tempo, como: idade avançada dos colaboradores em determinadas funções, sobretudo, as periculosas, manutenção de máquinas e equipamentos, tempo de vida útil de máquinas e equipamentos etc.
Vale ressaltar que o gerenciamento de riscos envolve planos de ação para o desenvolvimento de metodologias para o controle de processos, a fim de que as metas de mitigação de riscos sejam atingidas. Isso será possível com a contratação de pessoas capazes e conscientes com a segurança e gestão, na supervisão atuante e consciente, ao sensibilizar todos os usuários do ambiente quanto aos riscos.
O gestor deve sempre desenvolver estratégias para unir a sua equipe na identificação e tratamento dos riscos, somando conhecimento. Provavelmente, cada técnico possui a competência específica para trabalhar com os riscos da sua área de ação. Recomenda-se o uso de ferramentas de gestão e qualidade, tais como o braisntorming e o MS project.
IMPORTANTE: |
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O brainstorming, também conhecido na literatura como “chuva de ideias ou toró de palpites”, é uma ferramenta da qualidade em que todos os colaboradores têm a oportunidade de opinar sobre melhorias nos processos organizacionais. Por sua vez, o MS Project é um software para auxiliar os gestores no planejamento, execução e controle de planos de ação. |
Uma boa identificação dos riscos, certamente, colocará as empresas em vantagem competitiva, pois será mais fácil promover a análise do problema e chegar às respostas. Iniciar um projeto, seja ele de qualquer área, sem o conhecimento de riscos, é um grande perigo e passível de insucesso.
RESUMINDO: |
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Todo e qualquer risco tem a probabilidade de impactar nos projetos, sejam eles pessoais ou empresariais. Um dos grandes desafios do gerenciamento dos riscos é que ele envolve situações futuras, na maioria das vezes, incertas, pois o risco pode, ou não, tornar-se um fato, mas deve ser previsto. Uma vez se concretizados, os riscos podem influenciar negativamente nos objetivos e metas traçadas pelo gestor, por isso, eles devem ser estudados, mensurados e, se possível, evitados. Não é possível mensurar com exatidão a quantidade de riscos aceitáveis em uma situação ou projeto, mas sim as suas causas e natureza. Portanto, quanto menor o número de ricos, melhor será para se evitar falhas nos projetos, as quais geram acidentes e danos à saúde das pessoas. |
OBJETIVO: |
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Caro(a) aluno(a), você sabia que a classificação de riscos é um processo dinâmico de identificação imediata dos perigos, principalmente os que interferem na saúde? Isso mesmo! Desse modo, podemos afirmar que, para a classificação de riscos, sempre haverá algum tipo de método de avaliação e controle o qual deverá ser definido pelo gestor de acordo com as ameaças existentes nos projetos, ambientes sociais ou empresariais. A Norma Regulamentadora nº 9 classifica os riscos ambientais em: químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Para cada um deles, há descrição específica, diferenciando os riscos de forma a salvaguardar a saúde e a vida, sem descartar as atividades organizacionais que precisam ser desenvolvidas. Agora, você está convidado a trilhar mais um caminho rumo ao conhecimento. Vamos lá? Continue conosco! |
Na área da saúde, segurança do trabalho e dos processos empresariais e industriais, é bastante comum que os gestores utilizem o estudo de cores para classificar os riscos. A colorimetria é um estudo bastante utilizado, também, para a construção de ferramentas de segurança, como os mapas de risco, em que as cores são correlacionadas aos riscos dispostos em uma matriz ou legenda.
As atividades da área de saúde hospitalar, por exemplo, utilizam frequentemente de colorimetria, desde a triagem do paciente até o acompanhamento e controle da sua evolução clínica por sistemas de tecnologia de informação. As cores são usadas no início do atendimento de pacientes nos prontos atendimentos e unidades de saúde espalhados pelo Brasil para avaliar, definir e priorizar as necessidades de atendimento, sem descartar o acolhimento. Muitos gestores de saúde acreditam que a classificação de riscos nos atendimentos de saúde acolhe prioritariamente os enfermos mais necessitados.
A figura a seguir representa o uso de cores nos atendimentos hospitalares:
Figura 15 – Colorimetria e saúde hospitalar
Fonte: @pixabay
A classificação de riscos pelo protocolo de Manchester, mundialmente difundido, utiliza cores. As classificações consistem na divisão em cinco níveis de cores, a saber: laranja, amarelo, vermelho, verde e azul, para representar o grau de urgência de atendimento ao paciente.
Os riscos físicos distribuídos em ruídos, vibrações, calor, frio, umidade, radiações, entre outros, classificam-se no grupo de cor verde. Já os riscos químicos podem ser exemplificados por poeiras, névoas, neblinas, vapores e demais elementos de natureza química e se classificam no grupo de cor vermelha.
Os riscos ergonômicos, representados por esforços físicos, mentais e atividades de repetitividade, estão no grupo de cor amarela, enquanto os riscos de acidentes inerentes a problemas de iluminação, armazenamento e arranjo físico inadequado estão alocados no grupo de cor azul.
A cor verde pode ser utilizada na caracterização de segurança para a identificação, por exemplo, de caixas com equipamentos de materiais de socorro e emergência, mangueiras de oxigênio, localização de EPI’s, quadros com cartazes, boletins e avisos de segurança, e demais dispositivos que chamem a atenção, visando à saúde.
Já a cor vermelha é bastante utilizada para indicar aparelhos e equipamentos de proteção e demais elementos que remetem a fogo e riscos de incêndio. Na prática organizacional, a cor vermelha é bastante utilizada em caixas de alarme de incêndio, hidrantes, extintores, portas de saída de emergência, sirenes de alarme, caixas, baldes, mangueiras, botões e demais materiais que remetam o combate ao incêndio.
O amarelo pode ser usado nas indústrias e demais organizações para identificar a presença de gases, como os derivados de petróleo, gás de cozinha, combustíveis e demais gases químicos. Essa cor é utilizada também em corrimões, escadas, espelhos, degraus, cabines, caçambas, pontes, elevadores, postes e demais superfícies e plataformas. Símbolos, como listras e quadrados, na cor preta, podem ser utilizados para ressaltar a importância do amarelo, chamando a atenção na melhoria de visualização.
A cor azul pode ser utilizada para indicar cuidado, aplicado em letreiros com avisos. Pode ser aplicado também para indicar máquinas e equipamentos que estejam fora de serviço, operação ou que estejam em manutenção, pontos de comando, canalizações e ponto de arranque.
Por sua vez, a cor laranja pode ser usada em partes móveis de máquinas e equipamentos, dispositivos de cortes, bordas de serras, prensas, caixas de dispositivos elétricos, guarda de equipamentos pesados, entre outros.
A cor púrpura é bastante utilizada para indicar perigo de radiação e é aplicada em abertura de portas, acessos a locais de manipulação e armazenagem, recipientes e locais de aterro de materiais contaminados.
As cores marrom, preto e branco podem ser usadas em situações de combinação ou em condições especiais exigidas pela organização, tais como áreas de circulação, óleos, bebedouros, resíduos, entre outros.
IMPORTANTE: |
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Os riscos devem ser revistos toda vez que a situação se modificar. |
O quadro a seguir apresenta a classificação dos riscos por distribuição em grupos e cores utilizadas por gestores de risco e saúde e segurança no trabalho:
Quadro 5 – Classificação dos riscos por cor
Fonte: Santos, [s.d.] (Adaptado).
A sinalização de segurança por cores para a classificação dos riscos é regida pela Norma Regulamentadora nº 26, a qual tem por objetivo fixar cores nos ambientes para evitar acidentes. As cores são utilizadas para delimitar espaços, máquinas e equipamentos para chamar a atenção dos usuários, de forma que eles fiquem atentos aos riscos existentes, desde que usados corretamente.
Vale ressaltar que o uso de cores não pode ser excessivo a ponto de causar confusão, distração ou fadiga aos usuários. Todavia, esse uso não dispensa outros métodos de prevenção de riscos, treinamentos e métodos de educação diversos.
O quadro a seguir descreve as normas regulamentadoras segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para o uso de símbolos e cores com foco na segurança e que auxiliem na prevenção de acidentes:
Quadro 6 – Cores e simbologias de segurança
Fonte: Barbosa, 2011 (Adaptado).
Por sua vez, o quadro a seguir exemplifica a identificação dos riscos em setores da indústria por simbologia e cor:
Quadro 7 – Identificação dos riscos
Fonte: Santos, [s.d.] (Adaptado).
A figura a seguir remete ao uso de cor para a sinalização de equipamentos:
Figura 16 – Sinalização de equipamentos por cor
Fonte: @pixabay
É importante que as empresas consultem os órgãos competentes nas esferas municipais, estaduais e federal, para que sejam realizadas averiguações e inspeções das instalações e formas de funcionamento, visando a prevenção de acidentes. Além do mais, o uso de cores e símbolos pelas organizações não exime a responsabilidade do Estado como agente regulador de segurança.
A figura a seguir ilustra ações de gestão no uso de cores para sinalizar os riscos e promover a segurança nos ambientes:
Figura 17 – Gestão no uso da colorimetria
Fonte: @pixabay)
Entre as várias recomendações relevantes para a sinalização dos riscos e perigos por meio de sua classificação, a Norma Regulamentadora nº 26 da Portaria 229 de 2011, adverte:
•A sinalização do corpo de máquinas deve fazer uso das cores verde, preto ou branco.
• Deve-se aplicar cores em toda a extensão de canalizações industriais.
•Deve-se realizar a identificação de água potável.
•Deve-se realizar a sinalização de locais com concentração de temperatura, pressões e impurezas.
•Deve-se realizar a indicação por seta do sentido de fluidos em tubulações.
•Deve-se realizar a sinalização e tanques e depósitos fixos.
A rotulagem também é um método preventivo aos riscos na identificação principalmente dos perigos à saúde. A rotulagem deverá seguir os padrões internacionais de segurança, com instruções claras, breves e precisas, de forma a evitar que os riscos se tornem acidentes.
Barbosa (2011) explica que, de forma geral, nos rótulos, devem constar:
•Nome técnico do produto.
•Indicações de risco.
•Palavras de advertência.
•Graus de risco.
•Ações em caso de contaminações e acidentes.
•Instruções especiais de uso.
IMPORTANTE: |
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Segundo a NR 26, a classificação para o armazenamento de cargas perigosas deve seguir os padrões internacionais de segurança. |
Imagem 18 – Rótulo
Fonte: @pixabay
No aspecto de projetos, os riscos devem ser quantificados e mensurados, para que haja a visão dos impactos que podem ser causados em uma escala de probabilidade, para posterior controle, caso os riscos se tornem ocorrência. Além disso, os riscos devem ser mensurados na fase de planejamento, para que se delimitem “as regras do jogo”, ou seja, as ações que devem ser tomadas e em que proporção.
O guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projeto é uma ferramenta de gerenciamento de projetos de riscos bastante difundida entre os administradores, pois possibilita uma visão geral de todas as áreas do conhecimento que estão sendo estudadas para a padronização dos processos.
RESUMINDO: |
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Gostou do que lhe apresentamos? Vamos recapitular o que estudamos? Os riscos podem estar presentes desde a elaboração de projetos até em ambientes de segmentos diversos, sejam eles de trânsito sociais ou organizacionais. Para minimizar os danos materiais e, principalmente, a saúde, gestores de risco fazem uso de métodos para a classificação de perigos, incluindo o uso de cores, símbolos e rótulos. Vale ressaltar que a importância da classificação dos riscos deve estar presente nas organizações desde a fase de planejamento do projeto. |
SAIBA MAIS: |
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Quer se aprofundar sobre o tema de estudo? Recomendamos o acesso às seguintes fontes de consulta e aprofundamento: “Avaliação da escolha de um fornecedor sob condições de riscos a partir do método de árvore de decisão” “Acolhimento com classificação de risco: percepções de usuários de uma unidade de pronto atendimento” “Avaliação dos riscos ambientais de uma cozinha industrial” |
REFERÊNCIAS
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