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INTRODUÇÃO: |
Nesse capítulo, estudaremos a teoria da contingência, a qual repercute atualmente e tem sido utilizada por diversas organizações. Estudaremos sua origem, sua relação com ambiente, tecnologia, estrutura organizacional e estratégia. Abordaremos o conceito do homem complexo e, por fim, as contribuições dessa teoria e as críticas que ela recebe. |
A teoria da contingência é uma teoria que se desenvolveu a partir de 1970-1980, e representa uma abordagem de teoria da organização que repercute até atualmente, essa teoria surgiu a partir de uma série de estudos que possuem um fator em comum: Enxergam a influência de fatores ambientais na estratégia e estrutura das organizações.
Esse segmento de pesquisas buscava verificar como determinadas organizações obtinham maior eficiência, uma vez que observavam que existem diversos tipos de organização e que muitas vezes organizações com estruturas completamente diferentes obtinham sucesso. Dessa forma, os autores da teoria da contingencia colocam que não existe um modelo ideal de organização, mas sim um modelo melhor adaptado às contingencias do ambiente.
Para tanto, a teoria da contingência utiliza o que foi deixado por todas as teorias anteriores e busca avançar seus temas, em especial, se apoiam na visão da teoria de sistemas e teoria estruturalista, que enxergam as organizações como sistemas abertos e que se relacionam com o ambiente.
A teoria da contingência se baseia em todas as abordagens anteriores, especialmente a teoria estruturalista e de sistemas, para traçar suas ideias.
Além disso, uma sequência de estudos foi responsável por traçar o entendimento básico da teoria da contingencia sobre a influência do ambiente externo nas organizações, vamos ver em seguida cada um desses estudos.
Alfred Chandler (1918 - 2007), é um dos pioneiros da teoria contingencial, buscou estudar grandes empresas e suas estruturas organizacionais para entender como atingiram o sucesso. Sua principal descoberta é o fato de que o ambiente externo influencia a estratégia e essa por vez influencia a estrutura, além disso, Chandler coloca que as grandes indústrias passaram por 4 fases históricas distintas:
1.Acumulação de recursos: começa após a guerra de secessão (1865), nessa fase, as empresas buscaram controlar matérias primas ao máximo e expandir suas operações, controlando todos os recursos.
2.Racionalização do uso dos recursos: nessa fase, as empresas passaram a focar no planejamento, coordenação entre produção, tendo um enfoque no setor de produção.
3.Continuação do crescimento: nessa fase surge a necessidade de reorganização das empresas para uma diversificação de produtos e serviços.
4.Racionalização do uso de recursos em expansão: a fase atual das organizações, na qual se dá maior autonomia aos setores, com o objetivo de atingir outros mercados, dessa forma ocorre uma descentralização de recursos e ao mesmo tempo uma centralização de controle.
Burns e Stalker são dois sociólogos que estudaram empresas inglesas, dessa forma, apontam que existem 2 tipos de organizações:
1.Organizações mecanisticas: são aquelas baseadas na estrutura burocrática, tendo decisões centralizadas, controles centralizados e uma estrutura altamente hierarquizada com um sistema rígido de cargos e controles.
2.Organizações orgânicas: são organizações mais flexíveis e modernas, possuem uma estrutura que se modifica, uma hierarquia flexível com distribuição de recursos e responsabilidades.
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EXPLICANDO MELHOR: |
Para Burns e Stalker, existem duas formas de administrar, a primeira mecanistica é focada em planejamento e controle direto por parte da direção, onde os gestores apontam as tarefas e funções dos funcionários, que trabalham de forma burocrática. Ao mesmo tempo, existe uma forma mais orgânica de gestão, que é mais adaptado a um ambiente turbulento, onde os trabalhos e responsabilidades são flexíveis. |
Lawrence e Lorsch são dois dos principais nomes da teoria da contingência, estudando a relação entre as organizações e o ambiente, dessa forma, contribuem para uma das principais ideias da teoria da contingência, que é o fato do ambiente afetar as organizações, uma vez que estas são sistemas abertos.
1.Diferenciação e integração: todas as organizações apresentam diferenciação e integração, a primeira se refere as tarefas especializadas e subsistemas gerados pelas demandas do ambiente e operando de forma descentralizada. Já a integração é o oposto disso, se refere a centralização comandada pela organização.
2.Integração requerida e diferenciação requerida: tanto diferenciação quanto integração são requeridas pelo ambiente.
Exemplo: Para os teóricos da contingência, o ambiente demanda que determinada empresa seja mais centralizadora e dessa forma integradora, da mesma forma, outro ambiente pode fazer com que a empresa seja mais diferenciada e descentralizada.
3.Teoria da contingência: são as premissas básicas nas quais destacamos: (1) as organizações são um sistema aberto; (2) as características organizacionais são diretamente ligadas com o ambiente; e (3) As características ambientais influenciam as características organizacionais.
Joan Woodward, é uma socióloga também, que buscou estudar a influência da tecnologia na maneira como as organizações estão estruturadas, dessa forma, formulou a ideia do imperativo tecnológico, ou seja, a tecnologia é que determinaria como as organizações devem estar estruturadas. Para tanto, classificou as formas de produção em 3 tipos:
1.Produção unitária ou oficina: é a produção anterior a revolução industrial, onde cada produto era personalizado, feito por artesãos que dominavam o processo como um todo.
2.Produção mecanizada: é a produção feita em grande quantidade, após a revolução industrial, geravam produtos padronizados, onde os operários executavam apenas uma função.
3.Produção em processo automatizado: é a produção mais moderna, possui mínima participação humana.
Analisando tais tecnologias, Woodward chega as seguintes conclusões:
1.A tecnologia afeta o desenho organizacional: afirma isso, pois empresas que usam tecnologias de produção em massa tendem a se organizar de forma mais burocrática e conforme os princípios clássicos da administração, já empresas que possuem tecnologias mais avançadas e operam de forma automatizada ou artesanal, tendem a ter diferenças na sua estrutura.
2.Existe uma correlação entre a estrutura organizacional e a previsibilidade da tecnologia: conforme as tecnologias são mais previsíveis e mais fáceis de dominar a tendência é uma estrutura mais centralizadora e parecida com a administração clássica, conforme a tecnologia é mais avançada e imprevisível, é necessário menos controle nas operações, mais liberdade de decisão e criatividade.
3.As empresas que operam de forma estável possuem estrutura diferente daquelas que operam de forma instável: empresas que lidam com tecnologias estáveis tendem a ser mais estruturadas de forma burocrática, enquanto empresas que operam de forma mais instável necessitam de uma estrutura mais orgânica e menos centralizadora.
4.Sempre uma função organizacional predomina na organização: a depender de como a empresa atua sempre uma função (Ex. Produção, finanças, marketing) irá predominar.
Para a teoria da contingência, é central analisarmos o ambiente, uma vez que essa teoria entende a organização como um sistema aberto, que realiza trocas constantes com o ambiente e que reflete sua influência na estrutura organizacional.
1.Mapeamento ambiental: é o processo de compreensão do ambiente externo como um todo, envolve entender todos os seus aspectos e incerteza, esse processo é realizado por todas as pessoas na organização de forma subjetiva, envolve conhecer o mundo a sua volta como um todo.
2.Seleção ambiental: uma vez que o ambiente é extremamente grande e complexo, as organizações não são capazes de lidar com ele como um todo, dessa forma, devem selecionar um segmento significativo do mercado para atuarem.
3.Percepção ambiental: envolve interpretar o ambiente escolhido, tendo como base as características da organização, percebendo suas mudanças e dinâmicas.
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EXPLICANDO MELHOR: |
Mapeamento é a percepção geral do ambiente, a visão de mundo de cada indivíduo, já a seleção ambiental é feita pela organização, envolve escolher um ambiente em que atuara (não apenas o público-alvo, mas sim tudo que rodeia esse ambiente). Já a percepção ambiental envolve conhecer de forma mais profunda esse ambiente selecionado. |
É o ambiente geral, o macro ambiente, que envolve todas as organizações, sendo constituído das seguintes condições: (1) Tecnológicas; (2) Legais; (3) Políticas; (4) Econômicas; (5) Demográficas; (6) Culturais; e (7) Ecológicas.
É o ambiente próximo da organização, envolve todos aquelas partes que realizam trocas com a organização, como fornecedores, clientes, concorrentes e entidades reguladoras. Dessa forma, o ambiente de tarefa envolve todas as partes que tem relação mais próxima com a organização, podendo caracterizar uma ameaça ou oportunidade.
Os ambientes podem ser classificados de acordo com:
1.Sua estrutura: dessa forma existem ambientes homogêneos, onde as organizações são muito semelhantes atendendo poucos segmentos e com pouca diferenciação. Também existem ambientes heterogêneos, onde existe uma diversidade de estruturas, públicos, fornecedores e concorrentes.
2.Sua dinâmica: dessa forma, existem ambiente estáveis e com poucas mudanças e ambientes instáveis com grandes variações e mudanças.
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EXPLICANDO MELHOR: |
Dependendo das condições do ambiente, as organizações precisam se adaptar, exemplo disso são empresas que atuam em ramos mais homogêneos e que focam em redução de custos e produtividade, já empresas que trabalham em ambientes mais instáveis e heterogêneos, precisam desenvolver diferenciais. |
Tecnologia
Da mesma forma que o ambiente, a tecnologia é outro fator que influencia a estrutura organizacional das organizações. A tecnologia não é apenas a forma de se realizar processos, mas também envolve o conhecimento e know-how. Dessa forma, a tecnologia envolve as empresas e o ambiente organizacional, representando novas formas de produzir, novos parâmetros de qualidade e conhecimento de uma forma geral.
A tecnologia determina a estrutura organizacional e o comportamento das organizações, esse é o chamado imperativo tecnológico, que prega que a tecnologia exerce forte influência nas organizações. Dessa forma, organizações que lidam com tecnologias mais avançadas, ainda não dominadas e que estão em processo de mudança, criação ou desenvolvimento, tendem a ser organizações mais orgânicas, focadas em diferenciação e com uma estrutura mais descentralizada. Da mesma forma, organizações que estão rodeadas de um ambiente tecnológico mais estável e já dominado tendem à burocracia, controles e centralização.
A tecnologia também é um sinônimo de eficiência e qualidade, dessa forma, organizações que utilizam mais tecnologia apresentam processos e produtos de maior qualidade.
Também pode-se afirmar que a tecnologia é capaz de aumentar a eficiência da gestão e dos administradores, que podem a empregar nos processos administrativos, obtendo melhores informações, processos mais rápidos e consequentemente melhores resultados.
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REFLITA: |
Como você enxerga a influência da tecnologia no mundo das organizações? Como as organizações que lidam com mais tecnologia se organizam? O que é preciso para se atingir melhores resultados em ambientes altamente tecnológicos? |
Como vimos anteriormente, para a teoria da contingência, não existe um modelo único e ideal de organização, mas sim organizações mais consonantes com o ambiente, ou seja, melhor adaptada as condições ambientais e tecnológicas. Assim, para essa teoria é importante entender as diversas formas de estrutura que as organizações desenvolvem.
O arranjo organizacional representa a estrutura da organização, para tanto é importante entender que as organizações são sistemas abertos, uma vez que interagem com o ambiente e sofrem influência das contingências que esse ambiente oferece.
Ao mesmo tempo, as organizações também são um sistema fechado, uma vez que possuem uma estrutura interna fechada em si mesma, cargos, regras e hierarquias próprios. Essas estruturas buscam sempre a eficiência operacional e procedimentos estáveis.
Dessa forma, podemos observar que o ambiente externo e a estrutura interna representam contingências a serem enfrentadas pelas organizações, assim, a estrutura e comportamento organizacional dependem do balanceamento do ambiente externo e da tecnologia interna da organização.
A teoria da contingência, como vimos anteriormente, se preocupa com as estruturas organizacionais e sua relação com o ambiente, identificando uma serie de formas de organização dessas estruturas, que possuem os seguintes elementos: (1) Entradas; (2) Tecnologias; (3) Tarefas ou funções; (4) Estruturas; e (5) Saídas ou resultados.
A teoria da contingência, também afirma que quanto maior a incerteza ambiental percebida pelas organizações, maior será a necessidade de estruturas mais orgânicas e flexíveis. A seguir estudaremos alguns modelos mais recentes de arranjos organizacionais.
O termo adhocracia, foi criado por Toffler (1972), sendo uma visão das organizações do futuro para o autor. Assim, coloca que as organizações deverão ser extremamente dinâmicas, orgânicas, inovadoras e flexíveis. Para tanto, é necessário que as estruturas dessas organizações sejam mutáveis e de fácil substituição, sendo então, a adhocracia um oposto da burocracia.
Podemos então afirmar, que a adhocracia é uma organização com estruturas moveis e substituíveis, possuindo equipes temporárias e multidisciplinares, também pode ser caracterizada como uma organização descentralizada onde as pessoas possuem diversas atribuições e responsabilidades com poucas regras e procedimentos fixos. Tudo isso com o objetivo de produzir uma organização apta a responder a velocidade do ambiente externo.
É também chamada de organização em matriz ou em grade, sendo basicamente a combinação entre uma estrutura altamente departamentalizada e uma estrutura baseada em projetos, sendo, portanto, uma estrutura hibrida.
Na estrutura matricial, existem gerentes funcionais (Ex. Marketing, finanças, RH) e gerentes de projetos, dessa forma, existe uma dupla subordinação da equipe, tanto para o gestor do projeto quanto para o seu gestor funcional, dessa forma, é possível criar equipes multidisciplinares que trabalhem em conjunto para um determinado projeto ou produto.
Figura 1 – Estrutura Matricial
Fonte: @sitecampus
A principal vantagem de uma estrutura matricial é o fato que consegue combinar uma estrutura de projetos com uma estrutura de produtos, gerando assim uma equipe especializada em determinada função e ainda assim focada em determinado projeto. Assim, organizações em estrutura matricial tendem a ser mais flexíveis e a ter as responsabilidades e decisões mais compartilhadas com a equipe sendo mais responsivas, rápidas e inovadoras.
Da mesma forma que a estrutura matricial através da dupla subordinação consegue conciliar especialização e foco em um processo especifico gerando equipes multidisciplinares, acaba tendo consequências negativas disso, uma vez que a cadeia de comando não fica tão clara quanto em organizações tradicionais, o que pode levar a conflitos e perda de produtividade.
As organizações por equipes são uma resposta das organizações tradicionais para a necessidade de mais velocidade e mudanças e de maior descentralização da tomada de decisão.
Dessa forma, essas organizações constroem times ou equipes multidisciplinares, que podem tanto ser fixas e permanentes como temporárias, cada equipe possui objetivos próprios e gerencia uma quantidade de recursos para atingir seus resultados.
Figura 2 – Organização por equipes
Fonte: @portfolioengenhariadoproduto
Pode-se apontar como vantagens da organização por equipes o fato que ela aproveita a estrutura tradicional e ao mesmo tempo consegue criar uma equipe multidisciplinar, dessa forma, reduz as barreiras entre os departamentos, descentraliza um pouco o poder de decisão e consegue maior velocidade para a gestão dos processos.
Todavia, também existem desvantagens para essa opção, uma vez que podem haver conflitos entre as pessoas, pois acabam tendo uma dupla lealdade parte para a equipe formada, parte para o seu departamento de origem, também se aumenta a necessidade de tempo para a coordenação da equipe e pode acarretar em um excesso de descentralização que traz mais conflitos ainda.
As organizações em rede são as mais descentralizadas desses exemplos que estudamos, isso ocorre pois elas desagregam suas funções organizacionais que não sejam essenciais, dessa forma mantem apenas um núcleo organizacional central e utilizam outras organizações para as demais atividades, diminuindo drasticamente os custos e o tamanho da organização, e dessa forma permitindo uma rápida expansão.
Figura 3 – Organização em rede
Fonte: Adptado de Chiavenato (2011)
As principais vantagens de uma organização em redes é o fato que ela possui uma estrutura enxuta ao máximo, controlando apenas os processos essenciais, dessa forma, se facilita sua expansão, aumentando sua expansão e reduzindo custos administrativos.
A principal desvantagem desse tipo de organização é justamente a falta de controle que acaba aumentando possíveis incertezas, uma vez que os demais processos estão nas mãos de outras partes ou outras organizações externas a organização principal.
A teoria da contingência parte do pressuposto de que não existe modelo ideal de organização, da mesma forma, não ocorre um modelo ideal de estratégia. Assim, se deixa de ver a estratégia como um modelo único e formal com etapas pré-estabelecidas, passando a ser um processo comportamental e cultural que envolve a organização como um todo, sendo um comportamento que busca se adaptar as contingências que ocorrem.
Dessa forma, a teoria da contingência impactou principalmente nas escolas de estratégia: ambiental, do design e do posicionamento.
A teoria da contingência entende que o ambiente externo não é apenas um fator para ser considerado na formação da estratégia, mas sim um ator influente nessa formação. Dessa forma, para a escola ambiental da estratégia, a organização deve demarcar um nicho de atuação onde irá competir.
Assim, a escola ambiental defende que as organizações competem em um ambiente, e devem buscar se adaptar, caso não consigam, serão eliminadas pela competição do ambiente.
A escola do design entende a estratégia como um processo de elaboração e concepção consciente, dessa forma, defende que o gestor deve ser responsável por organizar a estratégia de forma simples e única de acordo com aquela organização, possuindo as seguintes premissas:
1.Mapeamento ambiental: Se refere ao diagnóstico do ambiente externo, onde se identificam oportunidades e ameaças para a organização.
2.Avaliação interna: Processo onde se avalia internamente a organização identificando forças e fraquezas.
A estratégia então se forma com base nesses aspectos e com isso a estrutura organizacional deve ser adaptada para essas escolhas.
Essa escola se apoia em um modelo chamado matriz BSC, o nome deriva do Boston Consoulting Group, que foi a empresa de consultoria que desenvolveu esse modelo, no qual defende que as organizações precisam ter um conjunto de produtos e serviços que possuam diferentes posicionamentos no mercado, dessa forma existiriam quatro tipos de produto:
1.Vaca-leiteira: É um produto estável no mercado, apresenta grande participação de mercado e ao mesmo tempo um crescimento baixo (Ex. Coca-cola)
2.Abacaxi: É um produto que possui baixa participação de mercado e baixo crescimento, dessa forma acarreta em prejuízos para as empresas (Ex. Produtos que estão falindo como vídeo-games antigos, ou tecnologias já superadas)
3.Interrogação: São produtos que possuem baixa participação de mercado e ao mesmo tempo estão em crescimento (Ex. Novas tecnologias como smart-wear ou smart-watches)
4.Estrela: São produtos que já possuem uma grande participação de mercado e ao mesmo tempo estão em crescimento, é o melhor segmento para se estar, pois representa crescimento do produto (Ex. Celulares)
Figura 4 – Matriz BCG
Fonte: @tradeforce
Outra figura importante na escola do posicionamento é Michael Porter (1947 – presente), que comenta que as organizações devem ter estruturas para se manter em uma posição de vantagem competitiva dentro do mercado, ao mesmo tempo, enxerga que existem 5 forças competitivas que influenciam a organização, dessa forma, a organização deve manter sua posição de vantagem e enfrentar essas 5 forças:
Figura 5 – Matriz BCG
Fonte: @blog.runrun
1.Ameaça de novos entrantes: Ocorre quando é possível nossas organizações entrarem no mercado e tomarem a posição das demais organizações. Para evitar isso, é possível que as organizações coloquem barreiras de entradas para outras organizações (Ex. Tecnologia)
2.Barganha dos fornecedores: Os fornecedores podem também pressionar a posição da organização, ao reduzir o lucro e aumentar os custos da organização. Para evitar isso, as organizações devem buscar um conjunto maior de fornecedores, para dessa forma reduzir o poder de barganha de um único fornecedor.
3.Barganha dos clientes: Os clientes também pressionam a posição da organização, a organização também deve colocar regras para evitar que o poder de barganha dos clientes ameace sua posição
4.Ameaça de produtos substitutos: Também é possível que produtos substitutos ameacem a posição da organização, através de barreiras de mercado e da alta qualidade ou baixo custo é possível evitar que produtos substitutos tomem a posição da organização
5.Intensidade de competição: É referente a rivalidade dentro do mercado, a concorrência direta que ocorre no mercado.
Assim, para a escola da do posicionamento, as características dessas 5 forças é que vão determinar a estratégia. Estudando diversas organizações, Porter, afirma que apesar de uma diversidade de formas de agir, existem apenas 3 estratégias genéricas de estratégia:
1.Liderança em custo: É a estratégia voltada a oferecer produtos no custo mais baixo possível. (Ex. Habibs, ou outras empresas que dão destaque principal ao seu baixo preço)
2.Foco: É uma estratégia onde os produtos buscam atender as necessidades de um público especifico (Ex. Produtos para crianças, para idosos, para público LGBT)
3.Diferenciação: É uma estratégia oposta à liderança em custo, onde os produtos buscam ter características que o diferenciem dos demais.
Podemos observar que a teoria da contingência tem grande impacto na gestão das organizações. Vimos que essa teoria acabou com a concepção antiga de que as organizações e suas estratégias não são fixas ou estáveis como o modelo burocrático propunha.
Dessa forma, a teoria da contingencia nos mostra que as organizações devem estar adaptadas ao ambiente em que atuam e a tecnologia que rodeia esse ambiente como um todo.
Assim, podemos dizer que a teoria da contingência consegue conciliar os sistemas abertos e fechados, uma vez que coloca que existem tanto organizações mecanisticas e centralizadoras quanto organizações mais orgânicas e descentralizadas e que isso é uma função do ambiente.
Podemos então concluir que a teoria contingencial mostra que não existe um modelo único ou uma estrutura única e ideal, mas sim uma forma melhor adaptada de estratégia e gestão.
Apesar de tudo isso, a teoria da contingência sofre críticas pelo seu aspecto relativista, que se levado em excesso pode ser confundido com falta de conhecimentos ou argumentos. Isso ocorre, pois, essa teoria coloca que não existem valores absolutos ou universalmente aplicável.
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RESUMINDO: |
Neste capítulo, estudamos a teoria da contingência, observamos suas origens ao estudar os 4 primeiros estudos da área. O que serviu de base para explorarmos seus fundamentos, nos quais se destacam o relativismo e a oposição à ideia de uma organização ideal. Aprendemos também que para a teoria da contingencia é o ambiente e a tecnologia que determinam as estratégias e por consequência as estruturas organizacionais das empresas. Também estudamos os novos arranjos organizacionais como adhocracia, estrutura matricial, organização por equipes e organização em redes. Esses novos arranjos tem o objetivo de serem melhor adaptados a ambientes turbulentos, onde é necessária uma gestão descentralizada e maior velocidade e inovação. Por fim, estudamos a visão do homem complexo, que assim como as organizações, é um sistema aberto e que se adapta ao ambiente externo. Também vimos o impacto da teoria da contingência nas escolas de estratégia, que incorporam a ideia da importância do ambiente e tecnologia em suas teses, além disso vimos as críticas sofridas por essa teoria e suas contribuições para a administração no geral. |
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INTRODUÇÃO: |
Agora que finalizamos nosso estudo das teorias clássicas e contemporâneas da administração iremos focar nas teorias e processos gerenciais da atualidade. |
Para tanto, iremos discutir a era de informação na qual vivemos, vamos demonstrar algumas das técnicas administrativas que têm sido utilizadas atualmente e por fim comentaremos sobre algumas das teorias e correntes cientificas mais recentes.
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INTRODUÇÃO: |
A sociedade contemporânea pode ser caracterizada como uma era de informação, essa era é uma evolução da sociedade industrial do início do século XX. |
Essa era teve início a partir da evolução das tecnologias de informação como a internet, que permitiram um volume de informação e uma velocidade de transmissão de informações nunca vistos anteriormente. Isso culminou no fenômeno da globalização, que trouxe uma quebra das fronteiras internacionais e regionais, facilitando o transito de mercadorias e informações.
Esse novo ambiente impacta diretamente nas organizações, que passam a ter capacidade de processar um número muito maior de informações e ter maiores pontos de contato com seus stakeholders, que possibilitaram o nascimento de negócios globais, simultâneos e focados em diversos públicos e necessidades.
A Era da Informação
A era da informação tem início a partir da década de 90, com o advento de novas tecnologias como a internet e celulares, essas novas tecnologias permitiram um aumento no volume e velocidade de dados transmitidos. Isso se refletiu em uma maior globalização e no contexto de organizações, permitiu melhorias nos processos gerenciais, de controle e de comunicação.
Na era da informação, o capital financeiro cede o trono para o capital intelectual (CHIAVENATO, 2011). Grandes negócios e segmentos nasceram da capacidade das organizações de processar dados e gerar novas informações (Ex. Facebook, Uber, Ifood entre outros).
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EXPLICANDO MELHOR: |
Na era da informação entender como processar dados e possuir conhecimentos sobre mercados, clientes e outras oportunidades é fundamental para o sucesso das organizações, que agora tem capacidade de acompanhar em tempo real os acontecimentos e ter maior capacidade de previsão baseado nos dados. |
Como vimos, a era da informação nasce dos avanços tecnológicos que permitiram uma maior integração entre as pessoas e organizações com outras pessoas e organizações através do fluxo de dados e informações.
A era da informação gerou um novo espaço de interação para as pessoas e organizações, a internet, e em sequência as redes sociais, esse novo espaço traz como consequência uma conectividade extrema das pessoas e organizações, que mais do que nunca constantemente estão interagindo e trocando informações e opiniões. Isso gerou novas oportunidades e segmentos de mercado que são explorados pelas organizações atuais.
Dentro das organizações, a era da informação gerou os chamados departamentos de tecnologia da informação (TI), esses setores em conjunto com as novas tecnologias possibilitaram uma maior facilidade de processamento de dados, onde as redes de computador passaram a ser descentralizadas e ao mesmo tempo constantemente conectadas.
A velocidade das comunicações e as novas ferramentas permitiram que as organizações acompanhem seus processos em tempo real, possibilitou uma comunicação entre as pessoas mais rápida, dessa forma, as ferramentas de TI são fundamentais em organizações modernas que buscam uma gestão mais descentralizada e orgânica, dessa forma, a informação passa a ser um recurso fundamental para garantir que as organizações sejam capazes de se adaptar de forma rápida e eficiente aos novos desafios e mercados.
Chiavenato (2011) coloca uma série de desafios advindos da era da informação:
1.Conhecimento: A economia na era da informação é uma economia do conhecimento, o conhecimento é gerado pelas pessoas e está integrado aos novos produtos e serviços.
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EXPLICANDO MELHOR: |
Conhecimento é diferente de dados e informações. Os dados são a unidade básica do conhecimento, são informações cruas e não tratadas, ao serem tratados passam a ser chamados de informações e quando as informações são interpretadas pelas pessoas é que afirmamos que existe a geração de conhecimento. Dessa forma, o conhecimento requer a interpretação dos dados e informações. |
2.Digitalização: A era da informação gerou uma economia digital, dessa forma, as organizações devem estar integradas ao ambiente digital.
3.Virtualização: Na era da informação diversos produtos, serviços e organizações passaram a ser exclusivamente digital (Ex. Ifood transformou o delivery em um serviço virtual, ou e-commerces que são exclusivamente digitais).
4.Descentralização: As ferramentas de comunicação permitem que as organizações sejam capazes de descentralizar sua gestão e ao mesmo tempo manter-se interligada com as diversas funções.
5.Integração de redes: As redes e sistemas de gestão na nova era da informação devem ser interligados e serem capazes de conversar entre si.
6.Desintermediação: As novas tecnologias permitiram que produtores e consumidores estejam ligados diretamente sem intermediários (Ex. É possível comprar um tênis diretamente da Nike ou Adidas, sem utilizar lojas de sapatos)
7.Imediatismo: Na atualidade, os dados transitam em tempo real, e as trocas entre pessoas e organizações ocorrem na mesma velocidade.
8.Globalização: A troca de informações possibilitou uma economia integrada e globalizada.
Na era da informação, o conhecimento é um ativo fundamental uma vez que possibilita que as organizações obtenham vantagem competitiva, uma forma de utilização do conhecimento é através do desenvolvimento de inovações, dessa forma, assim como o conhecimento, inovações são fundamentais para as organizações na era da informação.
Para o Manual de Oslo (1997), inovação se refere a introdução de um novo produto, serviço ou processo ou ao aprimoramento desse produto ou processo, assim podemos dizer que a inovação pode assumir diferentes significados como: (1) Um novo produto ou serviço; (2) Um novo processo; (3) Um novo modelo de negócio; (4) Uma nova solução e (5) O aprimoramento de um processo ou produto/serviço.
As inovações também podem ser classificadas em dois grupos:
1.Incremental: São melhorias em produtos e processos já existentes (Ex. Uma nova versão do Iphone, ou a transição do PS3 para o PS4)
2.Radical: São inovações profundas e que trazem produtos e processos completamente novos para o contexto (Ex. Quando a apple lançou o Ipod, ou uma empresa que passa a utilizar a internet para comercializar seus produtos)
O cenário atual da era da informação, e o desenvolvimento histórico das organizações trouxe diversos novos processos, dessa forma, iremos destacar algumas dessas novas soluções e processos administrativos:
Os programas de melhoria contínua têm sua origem com a implementação do controle estatístico de qualidade em combinação com as equipes de controle de qualidade e enfoque no desenvolvimento de qualidade que guia as organizações.
A melhoria contínua é um processo de mudança organizacional centrado nas atividades das pessoas, derivando da filosofia kaizen, que é um pensamento japonês que defende o aprimoramento continuo e constante das pessoas e processos.
As industrias japonesas utilizaram a filosofia do kaizen para orientar procedimentos e a criação de equipes multidisciplinares que são responsáveis pelo monitoramento e proposição de mudanças, dessa forma, programas de melhoria contínua envolvem o desenvolvimento de uma equipe multidisciplinar que é responsável por monitorar as atividades e procedimentos da equipe de produção e propor novas soluções, a figura 14 abaixo demonstra o ciclo kaizen, que é uma das bases para o desenvolvimento de programas de melhoria contínua.
Figura 6 – Ciclo Kaizen
Fonte: Autor – Baseado em Correa e Correa, 2018
A qualidade total é uma decorrência da aplicação de melhoria continua, porém, possui um enfoque além da função de produção, compreendendo que o padrão de qualidade das organizações é decidido pelos consumidores e deve estar associado a todas as funções, produtos e procedimentos da organização.
Dessa forma, para a qualidade total, os consumidores e o mercado decidem um padrão de qualidade para a organização, que deve buscar atender a esse padrão não só em seus produtos, mas na organização como um todo, dessa forma todos os participantes da organização devem entender o padrão de qualidade buscado e devem aplicar esse padrão aos seus processos.
Exemplo: Se uma empresa atende consumidores de alto padrão, deve ter alta qualidade não apenas no produto, mas também no atendimento, no pós-venda, na sua publicidade, no seu setor de compra e assim por diante. Da mesma forma um fast-food, que tem como diferencial velocidade e padronização deve ter um atendimento da mesma forma, uma comunicação que reflita essa qualidade e assim por diante.
Assim, a qualidade total está baseada no empoderamento das pessoas, que devem possuir conhecimento sobre a qualidade esperada e aplicar esse conhecimento na sua função, o que faz com que os funcionários sejam capazes de entender melhor os clientes e resolvam esses problemas de forma mais rápida, a qualidade total resultou em algumas técnicas gerenciais como: (1) Enxugamento e controles automatizados; (2) Terceirização de processos secundários; e (3) Redução do ciclo de produção.
É uma técnica iniciada pela Xerox em 1979, que se refere a avaliação de produtos e processos dos concorrentes. Dessa forma, benchmarking é um processo onde as organizações buscam as melhores práticas de mercado realizadas pelos concorrentes.
Assim, o bechmarking consegue desenvolver a habilidade dos administradores de visualizar as melhores práticas que ocorrem no mercado, para tanto o benchmarking pode ter 3 objetivos que devem ser definidos: (1) Conhecer e conseguir avaliar os pontos fortes e fracos da própria organização ao compara-la com as demais; (2) Conhecer os pontos fortes e fracos dos concorrentes; e (3) Incorporar as melhores práticas dos concorrentes dentro da própria organização.
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REFLITA: |
Qual a diferença de benchmarking e espionagem industrial, é possível realizar benchmarking de forma ética? Estabelecer parcerias? Como você faria para realizar esse processo? |
A velocidade e mudanças do ambiente atual, junto com os desafios da era da informação e mundo globalizado influenciam as organizações, que atualmente buscam ser adaptáveis, rápidas e mais adaptadas a esse novo ambiente, dessa forma as organizações modernas se caracterizam por:
1.Cadeias de comando mais curtas: As organizações tentem ser mais enxutas, orgânicas e flexíveis, para tanto é necessário ter uma cadeia de comando mais enxuta.
2.Menos unidade de comando: Para ser mais flexíveis, as organizações precisam ser rápidas, para tanto, é necessário mais autonomia as pessoas.
3.Mais participação: As organizações atuais enxergam o valor do conhecimento e experiência das pessoas, dessa forma, com uma maior participação se integram esses conhecimentos.
4.Ênfase em equipes de trabalho: Os antigos departamentos estão cedendo lugar para equipes multidisciplinares e mais flexíveis.
5.Organização com negócios interdependentes: As organizações estão se estruturando de forma a possuir unidades de negócios autônomas e autossuficientes, dessa forma, mais próximas do mercado e mais bem estruturadas e focadas para sua finalidade especifica.
6.Foco no negócio básico e essencial: Vem junto com a eliminação ou terceirização das partes desnecessárias ou não essenciais, dessa forma, a organização foca no que é de fato mais importante e capaz de gerar valor para si.
7.Economia de conhecimento: As novas tecnologias reforçam que a geração de conhecimento é fundamental e ao mesmo tempo tomam o espaço do trabalho braçal.
8.Envolvimento de terceiros: Com as ferramentas de comunicação e controle atuais, é possível terceirizar as partes não essenciais do negócio.
9.Governabilidade: Atualmente existe uma pressão da sociedade por uma prestação de contas das organizações, incentivadas a demonstrar sua responsabilidade social.
10.Gestão do conhecimento: No ambiente atual, é o conhecimento que permite a aplicação de novas tecnologias, logo, se torna fundamental para as organizações incorporarem, preservarem e ampliarem os conhecimentos que possuem.
Atualmente, conforme vimos no capítulo anterior sobre teoria da contingência, a estratégia não é mais vista como um processo fixo e rígido, sendo sim um plano que integra os objetivos da organização e seus recursos para atingir tais objetivos, sendo baseada nas competências internas e nos dados do ambiente.
Vimos também que conforme o ambiente externo é mais heterogêneo e volátil a estratégia deve se tornar mais flexível. Da mesma forma que as estruturas organizacionais, as estratégias e visões sobre estratégia também tem se modificado, a seguir comentaremos sobre 3 visões atuais sobre estratégia
A escola empreendedora, como o próprio nome diz foca na figura do empreendedor como central no desenvolvimento da estratégia, conceituando a estratégia como uma visão vinda do empreendedor, sendo uma representação do líder.
Assim, possuí como premissa básica a ideia de que o líder é a fonte da estratégia, sendo que deve buscar implementar sua visão própria para assim assumir uma posição de vantagem competitiva.
Figura 7 –Steve Jobs
Fonte: Pixabay
Coloca aprendizagem como fundamental no desenvolvimento da estratégia, assim, enxerga a formação da estratégia como um processo emergente e incremental de aprendizagem, assim, a estratégia não é algo rígido, estruturado e formada a partir de um único processo. As premissas básicas da escola do aprendizado são:
1 – A estratégia é formada a partir de um processo de aprendizagem ao longo do tempo, que leva em consideração o ambiente e os conhecimentos.
2 – O líder é a figura central, porém, o aprendizado é coletivo.
3 – O aprendizado ocorre através da avaliação dos comportamentos anteriores.
4 – A liderança deve gerenciar as pessoas para estimular o aprendizado.
5 – As estratégias são então perspectivas baseadas no aprendizado de ações anteriores.
Figura 8 – Aprendizado
Fonte: Pixabay
A escola da configuração acredita que o comportamento e estrutura das organizações é explicado pela configuração do seu tempo e ambiente, dessa forma, as organizações passam por tempos de estabilidade e por tempos de transformação, sendo suas premissas básicas:
1 – A organização possui uma forma estável que busca manter por um certo tempo, ela altera seu comportamento conforme as mudanças no ambiente
2 – Os períodos de estabilidade são alterados com períodos de transformação, que podem ser radicais ou não.
3 – As sucessivas configurações que a organização adota permite identificar ciclos de vida das organizações
4 – A administração deve buscar sustentar a estabilidade e em períodos de mudança auxiliar no processo de transformação
5 – A formação da estratégia é relativa ao período histórico da organização
6 – As estratégias adotam a forma de planos, padrões, posições ou perspectivas de acordo com o momento.
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RESUMINDO: |
E aí, o que achou das perspectivas atuais da administração? Algumas dessas ideias se encaixam no seu contexto? Nesse capítulo estudamos o que é a era da informação e por que nessa era o conhecimento se tornou o principal ativo das organizações, estudamos que as tecnologias de comunicação e processamento de dados criaram um ambiente altamente volátil e mutável, onde as organizações estão constantemente conectadas com seus consumidores. Com base nesse novo cenário identificamos algumas novas práticas que têm sido utilizadas pelas organizações como melhoria continua, qualidade total, benchmarking e comunicação integrada de marketing. Também estudamos novas tendências de gestão e como a gestão do conhecimento é fundamental para as organizações, por fim, estudamos três escolas mais recentes da estratégia, onde é possível visualizar que atualmente a formação da estratégia não é mais um processo rígido e com um formato único, mas sim uma forma de estruturar um pensamento e ações com base no mercado. |
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INTRODUÇÃO: |
No capítulo anterior, comentamos sobre a era da informação, seus desafios e sobre novos processos gerenciais que buscam responder as demandas atuais. Neste capítulo, daremos segmento a essas discussões, porém, nosso foco agora será apresentar novos modelos de organização como star-ups, organizações voltadas para projetos e também trazer as características básicas das pequenas e médias empresas e grandes empresas. Além disso, iremos apresentar dados atuais sobre novos segmentos de mercado e como têm sido explorados. Agora que entendemos um pouco melhor sobre o ambiente organizacional moderno, vamos continuar nessa discussão, porém agora iremos focar nos modelos de organização, dessa forma, iremos estudar alguns modelos novos e também iremos discutir as características especificas de pequenas e médias empresas e das grandes organizações. |
Aprendemos também que na era da informação houve uma quebra de barreiras geográficas e entre organizações e seus clientes, tudo isso devido aos avanços tecnológicos e de tecnologia de informação, que foram responsáveis pelo desenvolvimento do ambiente digital, onde atualmente ocorrem muitas transações entre organizações, dessa forma, iremos estudar tanto organizações digitais quanto organizações internacionais.
Assim, neste capítulo também veremos algumas tendências de mercado para finalizar nossa visão sobre o mundo contemporâneo das organizações.
Ao longo do nosso curso, estudamos alguns modelos organizacionais, como a organização burocrática defendida por Weber e Taylor, também percebemos que conforme o mundo foi mudando, a teoria das organizações também foi se modificando inserindo novos conteúdos e práticas, que acabaram desenvolvendo organizações mais modernas e orgânicas, em nosso capítulo sobre teoria contingencial observamos alguns modelos mais próximos dessa condição orgânica, como a organização matricial e adhocracia.
Neste capítulo iremos conhecer um pouco mais de outros modelos de organização que ocorrem na atualidade como organizações voltadas para projetos, startups e empresas com gestão participativa, além disso, discutiremos as características das pequenas e médias empresas e das grandes organizações.
A característica que diferencia um projeto da gestão de uma organização é o fato que os projetos possuem limitação de tempo e recursos. Dessa forma, um projeto é diferente de um produto pois possui início e fim pré-determinados, ou seja, possui um objetivo final a ser alcançado em um determinado tempo.
Todas as organizações desempenham projetos em algum nível, porém, algumas organizações se organizam em torno de projetos, o que diferencia essas organizações é o fato que devem lidar com a limitação de tempo e recursos que os projetos possuem.
Dessa forma, esse tipo de organização gerencia uma sequência de projetos e normalmente desenvolve equipes multidisciplinares, ou uma estrutura matricial para lidar com esses problemas.
Exemplo: Um exemplo de organização voltada para projetos são algumas empresas do setor de construção civil, que tratam cada empreendimento como um projeto específico e separado dos demais.
As startups são um fenômeno recente na administração, até por isso, é difícil encontrar um conceito único sobre o que seriam, uma vez que muitas vezes são confundidas com as microempresas ou com negócios de tecnologia ou também com negócios ainda em gestação.
Podemos afirmar que as startups são organizações que normalmente são de porte menor, mas que nascem com o objetivo de trazer um novo modelo de negócio para o mercado, buscando aplicar e ampliar de forma geral esse novo modelo de negócio, dessa forma, duas características básicas das startups são a inovação e capacidade de tornar-se um negócio em escala.
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EXPLICANDO MELHOR: |
O que é um novo modelo de negócio? Um novo modelo de negócio pode ser um novo produto como por exemplo o Ipod da Apple ou o computador pessoal da Microsoft, porém, normalmente é uma nova forma de resolver algum problema do consumidor, como por exemplo o Uber, que trouxe uma nova forma de locomoção urbana, ou o Rappi, que trouxe uma nova forma de receber encomendas e fazer pequenos serviços. |
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SAIBA MAIS: |
Para saber mais sobre startups recomendamos que acesse o blog Startse (2016), disponível clicando aqui. |
Apesar de grande parte das startups estarem ligadas ao setor de tecnologia não é o uso de novas tecnologias que define uma startups, mas sim sua capacidade de desenvolver um modelo novo de negócio que possua escala. Muitas vezes também se confunde startup com empresas que nascem com o projeto de serem incorporadas a outras empresas, embora isso muitas vezes ocorra, também não é isso o que define a startup, uma vez que muitas vezes ela se mantém na estrutura original.
Sobre o modelo de negócio das startups não existem limitantes, ou seja, elas podem tanto atender necessidades de outras organizações, quanto podem trabalhar diretamente com o consumidor final, e conforme explicamos acima, podem também estar inseridas em diversos setores como tecnologia, economia, prestação de serviços, responsabilidade social e ambiental.
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SAIBA MAIS: |
No Brasil as startups estão em crescimento, quer conhecer algumas delas ? Veja a reportagem da revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios (2019), onde apontam 100 startups brasileiras de grande potencial, confira clicando aqui. |
A gestão participativa é um modelo de negócios que leva em consideração os valores humanos e acredita no significado do trabalho, dessa forma, podemos dizer que está fortemente associada as ideias da teoria comportamental e de relações humanas.
Segundo Maranaldo (1989), a Administração Participativa é o conjunto harmônico de sistemas, condições organizacionais e comportamentos gerenciais que provocam e incentivam a participação de todos no processo de administrar. Visando através dessa participação, o comprometimento com os resultados (eficiência, eficácia e qualidade) não deixando a organização apresentar desqualificação.
Pode-se afirmar que apesar desses benefícios essas organizações também encontram alguns desafios, primeiramente, é necessário adequar as estruturas para esse modelo de gestão, também é necessária uma mudança na mentalidade dos próprios participantes, uma vez que em geral estão acostumados com o modelo tradicional de organização e ao mesmo tempo é necessário criar processos e ferramentas que permitam a essa organização ter uma mesma velocidade que organizações tradicionais.
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REFLITA: |
Será que é possível uma gestão mais participativa? Como você faria para dar mais significado ao trabalho das pessoas? |
O SEBRAE (2018), considera o número de funcionários e a diferença entre os setores de comercio/serviços e indústria para classificar uma empresa como PME. Assim, para empresas que atuam no setor de comercio/serviços considera-se como pequena empresa aquela que possui entre 10 e 49 funcionários, médias empresas são aquelas que possuem entre 50 e 99 funcionários.
Para o setor industrial considera-se como pequena empresa uma organização que possuí entre 20 e 99 funcionários, da mesma forma médias empresas são aquelas que possuem de 100 a 499 funcionários.
Gilmore, Carson e Grant (2001) caracterizam as PMEs, destacando como traços comuns à todas as PMEs: (1) a limitação de recursos (financeiros, tempo, conhecimento de marketing entre outros), (2) falta de expertise, (3) espaço limitado no mercado e a (4) grande influência do dono/gestor na administração dessas empresas.
Dessa forma, entende-se que essas organizações possuem recursos escassos, o que dificulta o desenvolvimento processos estruturados e que demandem grandes recursos, ao mesmo tempo possuem uma atuação limitada em comparação às empresas maiores e tem uma gestão centralizada na figura do proprietário/gestor.
Ao mesmo tempo essas organizações são capazes de operar com um baixo volume de recursos e devido à sua estrutura organizacional conseguem ter uma vantagem na velocidade de implementação de mudanças.
Pode-se concluir então que as PMEs têm por característica dominante um enfoque estratégico voltado para os resultados de vendas e para o desempenho de curto-prazo, essa característica também é um reflexo da falta de recursos e expertise desse tipo de organização, que acaba acarretando uma necessidade de enfoque no curto-prazo e nas decisões táticas ao invés da resolução de problemas estratégicos.
Para o SEBRAE (2018), já se pode classificar uma empresa como grande caso ela possua mais de 500 funcionários no setor industrial e acima de 100 funcionários caso pertença ao setor de comercio/serviços.
Podemos assumir que a complexidade e tamanho são as principais características dessas organizações, que tendem a ter enfoque estratégico e uma gestão mais descentralizada baseada em ferramentas de controle modernas, além de serem eficientes nas operações de produção e distribuição por meio do uso de tecnologia.
Devido ao seu tamanho, as grandes empresas tendem a sofrer influência de problemas complexos de forma mais direta que as pequenas organizações, sendo obrigadas e lidar com relações internacionais, múltiplas divisões e diversos interesses conflitantes.
Organizações digitais, como o próprio nome diz, são empresas que existem dentro do espaço digital, ou seja, não possuem um ponto de contato fixo no mundo real, desenvolvendo suas relações com consumidores apenas no ambiente online.
E-commerces são o tipo mais comum de negócio digital, sendo empresas que oferecem produtos ou serviços no ambiente online.
Essas organizações devem estar adaptadas ao ambiente digital e serem responsivas aos consumidores, ao mesmo tempo, devem ser capazes de oferecer segurança e garantias para os consumidores. Podemos então observar que é desafiante para as organizações atuarem no ambiente digital, que é caracterizado por uma necessidade de diálogo, interação, adaptação às necessidades de consumo e constante mudança.
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SAIBA MAIS: |
Para saber mais sobre e-commerce, acesso o Blog Rockcontent (2017) clique aqui. |
Negócios internacionais buscam oferecer produtos e serviços para consumidores em diversos países, as organizações buscam a internacionalização para ampliar sua base de consumo, aproveitar oportunidades de um contexto além do contexto nacional e responder a problemas desses novos contextos.
Para tanto, as organizações devem primeiramente oferecer produtos e serviços adequados para o contexto internacional, também devem estar cientes das normas legislativas de cada país, ter cuidados com a distribuição e logística de sua operação e estar cientes e adaptadas às barreiras culturais de cada país.
Existem várias formas de internacionalização de empresas, que vão variar de acordo com o grau de envolvimento com o novo contexto. Dessa forma, as empresas podem simplesmente exportar produto/serviços, podem ter um escritório ou setor para aquele atender aquele contexto, ou podem fazer uma mudança completa e implementar toda sua operação no novo contexto.
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SAIBA MAIS: |
A Apex Brasil é uma entidade governamental que apoia empresas a ampliarem suas operações rumo à internacionalização, para saber mais veja o Blog da Apex clicando aqui. |
Atualmente, temos observado uma tendência de cobrança de uma postura socialmente correta das organizações. No contexto brasileiro em especial, fatos recentes como denúncias de corrupção envolvendo grandes empresas e escândalos ambientais e sociais tem dado mais relevância ainda para a responsabilidade social e ambiental.
É nesse contexto que empresas socialmente responsáveis e organizações voltadas para a resolução de problemas sociais tem ganhado mais destaque, como geradores de riqueza e qualidade de vida para a sociedade de forma geral.
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REFLITA: |
Como podemos ser socialmente responsáveis? É possível desenvolver modelos de negócios com essa perspectiva? |
Economia colaborativa envolve o compartilhamento de recursos entre organizações ou entre pessoas e organizações. O objetivo desse compartilhamento é reduzir custos e construir uma rede capaz de fornecer recursos e conhecimentos que a organização não possui ou que teria que gastar outros recursos para obter.
Exemplo: Um exemplo de economia colaborativa são os coworkings, que são espaços para empresas ou empreendedores trabalharem em conjunto compartilhando recursos físicos e ao mesmo tempo facilitando a criação de uma rede de contatos.
O termo fintech surge da junção dos termos tecnologia e finanças. Podemos dizer que fintechs são empresas que buscam utilizar ou desenvolver novas tecnologias para resolver problemas financeiros.
Essas empresas normalmente são startups e buscam desenvolver novos modelos de negócio para solucionar problemas relacionados a finanças. No Brasil, o cenário de poucos agentes financeiros, juros altos, falta de recursos e falta de conhecimento de finanças tem estimulado o desenvolvimento desse tipo de organizações.
Exemplo: Um exemplo de Fintech brasileira é a Bidu, que é uma plataforma para comparar-se opções de seguro e ainda oferece opções de financiamento.
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RESUMINDO: |
Fechamos agora nosso tema de segmentos de mercado e tendências em administração, o que achou? Consegue visualizar organizações que seguem esses padrões? Neste capítulo vimos características de organizações, incluindo modelos novos como startups e organizações voltadas para projeto, e também organizações tradicionais como pequenas e médias empresas e grandes organizações. Também estudamos um pouco sobre negócios digitais e negócios internacionais, onde destacamos que ambos devem estar adequados aos seus contextos específicos (mundo digital e internacionalização respectivamente). Por fim, apontamos algumas tendências para organizações brasileiras, onde destacamos empresas socialmente responsáveis, economia colaborativa e fintechs. |
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INTRODUÇÃO: |
Neste capítulo, estudaremos acerca da ética, comportamento ético e responsabilidade social e ambiental.. |
Com base nesses conhecimentos, esperamos fornecer uma base para a atuação profissional do leitor, que deve estar atento à ética profissional para ser capaz de gerar resultados para as organizações respeitando um comportamento ético.
A ética é a disciplina ou o campo do conhecimento que trata de avaliação do comportamento de pessoas e organizações (MAXIMIANO, 2011). Dessa forma, a ética busca entender o comportamento humano, apontando para o que é um comportamento ideal.
A administração como ciência que objetiva alcançar os objetivos organizacionais muitas vezes é vista como antiética, tanto por essa visão pragmática e busca de resultados, quanto pela postura antiética de muitas organizações e seus participantes.
Atualmente, a preocupação com o comportamento ético e moralmente correto não é apenas um diferencial competitivo para as organizações, mas também um componente cada vez mais necessário para a própria existência das organizações.
Também se observa que no contexto brasileiro em especial tem se aumentado a importância da ética e responsabilidade social e ambiental devido aos escândalos recentes envolvendo organizações.
A palavra ética deriva do grego ethos, e tem seu significado ligado ao conceito de hábitos e costumes, assim, conforme falamos anteriormente, ética é responsável por analisar de forma crítica os comportamentos, hábitos, costumes e moral de uma sociedade.
A ética é diretamente ligada ao conceito de moral, uma vez que é a moral que determinada se alguma ação é vista como correta ou incorreta por um determinado grupo, dessa forma, a ética busca fundamentar de forma racional o que é considerado bom ou mal dentro de uma sociedade.
As normas éticas são importantes pois define como deve-se agir, dentro do contexto de organizações se torna ainda mais relevantes, uma vez que as organizações possuem objetivos específicos determinados e a ética constitui uma barreira necessária para as ações das organizações.
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EXPLICANDO MELHOR: |
Ética, moral e leis são muitas vezes confundidos ou usados como sinônimos, mas é importante diferenciá-los, as leis são um conjunto de regras formais que a sociedade forma com base na sua moral, que por sua vez determina o que é ou não é um comportamento aceitável dentro da sociedade. |
A ética aristotélica é a base do pensamento ético ocidental, ela busca estabelecer a virtude e o bem-estar entre as pessoas.
Para Aristóteles (384-322 A.C) a ética deve prover a felicidade das pessoas, sendo centrada nos “fins para o ser humano”, ele afirma que a felicidade não deriva do prazer constante ou de riquezas e poder, mas sim de uma vida virtuosa, onde a razão determine os rumos de ação.
Virtude para Aristóteles significa excelência, está relacionada com o uso da razão e do pensamento, dessa forma, a virtude envolve o equilíbrio de comportamento.
Figura 9 –Aristóteles
Fonte: @wikimedia
Immanuel Kant (1724 – 1804) foi um filósofo alemão que trouxe a ideia de imperativo categórico, que estabelece o comportamento ideal para a vida em sociedade
O imperativo categórico defende que os indivíduos deveriam agir em conformidade com aquilo que gostariam de ver como lei universal, ou seja, não deveriam fazer aos outros aquilo que não gostariam que os outros fizessem a eles. Por conta desse conceito de lei, o imperativo categórico também era designado de imperativo universal.
Assim, para Kant as escolhas são necessariamente escolhas morais, que devem sempre levar em conta o que as outras pessoas fariam e como as demais pessoas são atingidas.
Conforme a sociedade evolui historicamente, também evoluem os valores morais, Maximiano (2011), 3 estágios para o desenvolvimento moral:
1. Estágio pré-convencional: reflete uma ética individualista, onde não existem regras e normas comuns, e as pessoas são movidas apenas por seus desejos pessoais, não havendo preocupação com responsabilidade social ou convívio em sociedade
2. Estágio convencional: a ética continua sendo individualista, porém já existem normas e regras de conduta que regulam e controlam comportamentos que sejam considerados ruins.
3. Estágio pós-convencional: nesse estágio mais evoluído, a conduta pessoal já é reflexo das normas morais da sociedade, os comportamentos são baseados em valores morais, então as ações são naturalmente éticas.
O termo responsabilidade social se refere a tomada de ações com o objetivo de oferecer uma contribuição positiva para a sociedade. Isso é relevante para o contexto de organizações, uma vez que atualmente é claro que as organizações impactam na dinâmica social, muitas vezes de forma negativa.
A discussão sobre responsabilidade social é recente se comparada a outros temas, inicialmente as organizações enxergavam que as organizações possuíam autorização da sociedade para explorar recursos e produzir produtos e serviços, dessa forma, sua principal responsabilidade era realizar essa produção e compartilhar seus resultados com os acionistas.
Essa concepção inicial foi evoluindo e incorporou o conceito da filantropia, que é a doação de recursos/produtos de volta para a sociedade. Dessa forma podemos dizer que a responsabilidade social das organizações passou a ser produzir bens e serviços, manter seus empregados, lucrar e eventualmente realizar ações de filantropia para a sociedade.
Atualmente, se enxerga que as organizações impactam não somente seus funcionários e proprietários, mas a sociedade como um todo. O instituto Ethos, que é uma organização que estuda responsabilidade social e corporativa, define responsabilidade social corporativa (RSC) “como a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais”. (INSTITUTO ETHOS, 2007).
Podemos então entender que atualmente, se enxerga que as organizações têm responsabilidade em todas as suas relações, o que é diferente de desenvolver ações de filantropia, pois envolve a organização se responsabilizar por todos os impactos que causa em seus relacionamentos (incluindo colaboradores, governos e meio ambiente) e ter uma posição transparente e ética nessas relações.
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REFLITA: |
E você, o que enxerga como responsabilidade social? Acha que as organizações devem preocupar-se só com seus resultados? Ou possuem responsabilidade em outras relações? É possível termos organizações eficientes e que obedeçam aos preceitos de responsabilidade social? Como? |
Nos últimos 30 anos, a questão ambiental tem ganhado mais relevância, uma vez que se passou a perceber a importância da preservação do meio ambiente e o impacto negativo que muitas vezes as organizações têm nessa questão.
Dessa forma, desenvolveu-se a ideia de desenvolvimento sustentável, que é um princípio que defende o uso responsável de recursos naturais, de modo a permitir que esses recursos sejam preservados para futuras gerações.
A ideia de desenvolvimento sustentável se baseia no entendimento que os recursos naturais são escassos e estão interligados entre si, dessa forma, o impacto ambiental de uma organização em uma parte do meio ambiente na verdade impacta o sistema ambiental como um todo.
A partir dessa ideia tem se desenvolvido mecanismos de controle ambiental, no Brasil, isso é representado pelo código ambiental e código florestal, que regulamentam a exploração de recursos naturais, além da legislação existem órgãos de fiscalização tanto na esfera federal, quanto estadual e municipal.
Além da pressão legal por adequação ambiental, tanto a responsabilidade social, quanto a responsabilidade ambiental são cada vez mais vistos como diferenciais por parte de consumidores e da sociedade, que tem cada vez mais adquirido uma consciência ambiental.
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REFLITA: |
É possível conciliar desenvolvimento econômico e desenvolvimento sustentável? Você considera um diferencial relevante as empresas serem ambientalmente responsáveis? O que fazer para conciliar desenvolvimento econômico, social e ambiental? |
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RESUMINDO: |
Neste capítulo, trabalhamos a teoria da contingência, estudamos novas tendências em administração e abordamos a ética, a responsabilidade social e a responsabilidade ambiental aplicadas às organizações. Aprendemos que a ética é a disciplina que busca entender as ações e a moral da sociedade. Também estudamos os conceitos iniciais e atuais de responsabilidade social e de responsabilidade ambiental. Em resumo, podemos afirmar que, atualmente, a preocupação com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável está cada vez mais em voga, impulsionando as organizações a repensarem suas ações, sua maneira de lidar com o mercado e também com a natureza, reorganizando seus processos produtivos em prol do bem da humanidade. |
REFERÊNCIAS
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